Nababo quer dinheiro dos otários

 

Patético. Bolsonaro convocou seu ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, para mendigar doações via Pix a fim de encher o seu já gordo cofrinho. Talvez o sanfoneiro não realizasse que alguém faria a conta dessa proposta obscena, de alguém que vive feito nababo e já recebeu R$ 17 milhões doados pelos ruminantes que insistem em crer no ‘mi(n)to’.

Agora, a desculpa é custear a estadia do filho Eduardo nos EUA. Quer dizer, de alguém que abandonou seu mandato e gordo salário de deputado federal para intrigar o STF brasileiro nas terras de Tio Sam.

Conforme os cálculos da Revista Fórum, o Inelegível acumula duas aposentadorias: a da Câmara dos Deputados rende R$ 46 mil mensais, e a do Exército, outros R$ 11 mil por mês, fora o salário mensal por ser “presidente de honra” do PL: R$ 41 mil. Somados, são cerca de R$ 100 mil mensais na conta do ex-presidente, fora o patrimônio de R$ 2,5 milhões declarados à Justiça Eleitoral em 2022.

Somados aos R$ 17 milhões já recebidos via Pix que, se aplicados renderiam cerca de R$ 210 mil/mês, valores inimagináveis aos brasileiros. Mas ele ainda quer mais...

E, se a questão forem as dívidas com seus advogados, é mais uma lorota, porque quase todo o serviço da defesa é feito sem cobrança de honorários, trata-se de uma prestação de serviço chamada de “pro bono”.

E mais. Machado choramingou que dos R$17 milhões já foram perdidos R$ 8 milhões para sustentar Eduardo e sua família nos EUA.

“Eu estou bancando as despesas dele agora. Se não fosse o Pix, eu não teria como bancar, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior. O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um judiciário parcial”, argumenta o capitão, como se seu filho estivesse numa missão heroica.

E pior: fala em garantir a democracia, que é tudo o que ele não faria se tivesse sido reeleito. O que interessa ao Brasil esse “seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior”? Vai ser cara de pau assim no inferno.

E, enquanto o STF começa a ouvir as testemunhas do processo de tentativa de golpe, Bolsonaro passa seu tempo indo pessoalmente à Corte para, no mínimo para intimidar os que depuserem contra ele. Como foi na terça-feira com o general Freire Gomes, cuja tentativa de tirar o corpo fora não colou porque Alexandre de Moraes não admite mentiras – ou meias verdades – no seu tribunal.