Passo a passo do próximo golpe

 

Antes de iniciado o julgamento pelo STF sobre a tentativa de golpe, só se ouvia falar em anistia. Maior presunção de culpa, impossível. Agora, a palavra de ordem é "indulto".

O clã demorou a se posicionar sobre a sucessão presidencial de 2026, freado pela insistência de Bolsonaro em se manter candidato, apesar de declarado inelegível pelo TSE (e das pesquisas incluírem seu nome embora esteja impedido de concorrer) e à beira de uma condenação por atacar a democracia. Diante da prisão inevitável, mudaram o tom.

Como já foi dito aqui, Flávio, o primogênito e senador, admitiu à Folha que a condição para Bolsonaro apoiar algum candidato seria seu posicionamento sobre o indulto ao pai. Só que, no estilo abusado da famiglia, ameaçou o ‘uso de força’ caso o STF entre com habeas corpus contra o perdão ao pai.

(De pedra no sapato a articulador...)

“(Se) vem o Supremo e fala: é inconstitucional, volta todo mundo para a cadeia. Isso não dá. Certamente o candidato que Bolsonaro vai apoiar deverá ter esse compromisso”, troca em miúdos sua declaração. Ora, quem é um senador para ameaçar uma decisão do STF, baseada na constituição?

Ao mesmo tempo em que, pela primeira vez, o filho 01 admitiu que o pai não vai escapar da prisão, já expõe teorias golpistas para salvá-lo da cana dura. Eles não desistem...

Enquanto aliados calculam que, no cenário irreversível da prisão, as candidaturas do filho Eduardo - que fugiu para os EUA para escapar da Justiça, conspirar contra o Brasil e tentar aliviar a barra do pai -, e da ex-primeira-dama Michelle, seriam mais vulneráveis a uma reversão do indulto.

Assim sendo, avança a candidatura de Tarcísio de Freitas – estrategicamente ainda não assumida pelo mesmo, para fazer média com o criador. (Possibilidade levantada por esse blog em edição extraordinária durante o recesso de fim de ano).

Que já é quase unanimidade entre o políticos - como Gilberto Kassab -, mercado e militares, pela popularidade, compromisso em privatizar a rodo e em aumentar para 302 as escolas cívico-militares, engessando a cabeça de jovens pela pregação de professores policiais militares. 

Fora o uso indiscriminado da violência pelas forças policiais do estado para garantir os direitos dos mais ricos.

O quadro mostra o quanto o professor Castro Rocha estava certo em sua aula no ICL no domingo. Antes de mais nada, a extrema direita quer a maioria no Senado – a decisão de Bolsonaro de lançar o filho Carlos senador por Santa Catarina (onde o retrocesso impera) só corrobora a tese de Rocha.

Sem isso, nem o tsunami de fake news vai dar conta da nova modalidade de golpe que agora eles preparam. E a população vai engolindo sapos como essas teses de anistia e indulto, como se fossem naturais. Só que estão longe de ser.