Planeta à beira do abismo
No meu último ano antes dos 70 já passei por situações – como a atual - do quão próxima estaria a 3ª Guerra Mundial. Agora, com dois netos de
três anos para baixo e outro a caminho, nunca essa perspectiva foi tão
ameaçadora.
Acabamos de ver o primeiro ataque direto dos EUA às instalações
nucleares do Irã (o que já provoca discussões sobre impeachment de
Donald Trump, pelo ataque sem ouvir o Congresso) em evidente parceria com
Israel. Se a intenção era produzir o caos, dessa vez ele pegou pesado.
Como mostrou o colega Carlos Peixoto, o respeitado economista Michael Hudson, da Universidade de Missouri, sustenta que o ataque ao Irã era planejado há mais de 10 anos, para os EUA manterem o controle sobre o Oriente Médio. Na mórbida tragédia que Trump é para o planeta, o único alívio era sua lógica de que não faria guerras.
Mais uma de suas fanfarronices?
A ação visaria dominar o Irã e a estratégica região petroleira, alvo de pesados investimentos chineses e alinhados aos Brics. O risco maior para a ampliação do conflito seria o fechamento do Canal de Ormuz e o ataque do Irã às 64 bases que os EUA mantêm no Oriente Médio, com mais de 40 mil soldados.
O que Trump avisou que não vai admitir (apesar de provocar). E ontem o
Irã começou a retaliar, com o ataque à base norte-americana de Al-Udeid, no
Catar, a maior instalação militar dos EUA no Oriente Médio. Foi considerada
"fraca", porém, pelo presidente americano, por não ter vítimas
fatais.
À noite, contudo, Trump postou em suas redes que Israel e Irã aceitaram
o cessar-fogo total, só que os dois países ainda não se pronunciaram. Será
verdade dessa vez? Ou, na prática, significa que o showzinho não pode parar?
Como defende o jornalista Luiz Carlos Azenha, Israel só usou a questão nuclear como pretexto para seu principal objetivo: eliminar o que considera uma "ameaça existencial" a seu território, em resposta ao que disse o aiatolá Khomeini ao assumir, em 1979: eliminar Israel, para ele, instrumento dos EUA para se impor no Oriente Médio.
Fora a certeza de
Netanyahu de precisar de guerras para se manter no poder. Já o que está por
trás dos ataques a Gaza são as suas fabulosas reservas de gás.
Se o governo do Irã cair, os EUA vão cortar pela metade a nova Rota da
Seda planejada pela China, em território estratégico na "barriga" da
Rússia. A China, por sua vez, tem projetos com o Irã para garantir petróleo e
gás por 25 anos. Já o acordo estratégico do Irã com a Rússia nos Brics não
inclui garantia de "defesa mútua".
Enfim, nitroglicerina pura prestes a explodir. Como ainda não explodiu,
a esperança continua a ser a última que morre (apesar da existência de Trump)...
Paula Ruas
ResponderExcluirDois demônios!!!
Carlinhos Fernandes
ResponderExcluirProfessora Celina Côrtes, posso utilizar seu texto - cristalino, fundamentado em fatos e com clareza geopolítica - para explicar a situação a pessoas de meu relacionamento (citando sua autoria, evidentemente)?
Sim, à vontade!
ExcluirCeleste Cintra
ResponderExcluirNitroglicerina pura. Preocupação em alta.
Carlos Minc
ResponderExcluir🤔😟🙏🏼
🌴💥🌏💪🏾🪂💃🏿😘🪗
Mindinho Veríssimo
ResponderExcluirEm pleno século XXI, estamos aqui com temores de guerras que podem dizimar a humanidade.
E, nesse caso, cheira a capricho desses dois irresponsáveis
ExcluirMariza Coutinho
ResponderExcluirO Trump é a maior tragédia do mundo. Irracional.Triste é o povo que o elegeu
Verdade!
ExcluirJosé Armando Nogueira
ResponderExcluirComo na Antiguidade, é mais fácil eliminar os chefes pra guerra acabar.
Verdade, seria uma solução rápida e simples!
ExcluirRicardo Carvalho
ResponderExcluirDois filhos do Hitler,,, mesmas ideias, mesma violência, mesmo ódio, mesmos crimes. E tudo em nome da paz... pelo desejo apenas de matar.
E de enriquecer
ExcluirMarcia Eloy
ResponderExcluirSão os piores Presidentes do mundo!
Agora que Bolsonaro já não ocupa o cargo, são sim, disparado!
ExcluirBernardo Vilhena
ResponderExcluirO cumprimento de dois condenados.
Israel, que não é signatário da tratado de não proliferação de armas nucleares, faz parte do ataque ao Irã, que sim, é signatário.
ResponderExcluirOs USA, atacam o Iraque para defender Israel. Tudo isso dá a exata medida da inoperância da ONU, um teatro ridiculo.
Tarcisio Praciano-Pereira·
ResponderExcluirDois escrotos que somente pensam em guerras!