Planos para a prisão

 

Agora a ficha de Bolsonaro caiu. O ex-presidente já tem a certeza de que será condenado e mandado para a cadeia, a mesma opinião de seus advogados.

Isso porque o teor probatório do inquérito de 884 páginas da PF, base da robusta denúncia de 272 páginas da PGR, não deixa dúvidas de que o extremista que se transformou numa das maiores lideranças políticas do Brasil, como o descreve a Revista Fórum, planejou um golpe.

Segundo fontes próximas, seus defensores discutem se devem solicitar a prisão domiciliar – como ocorreu com Fernando Collor -, dada a sua saúde fragilizada desde a facada, ou se o ideal seria mantê-lo uns tempos na cadeia para depois pedir o cumprimento da sentença em casa, em Brasília.

Se ficar preso em casa, o ex-presidente ficaria recluso, até voltar a desafiar as autoridades. Receberia visitas, o que é vetado, e mandaria recados por filhos e assessores para que  sejam postadas mensagens nas redes sociais. Uma fartura de fake news. Seria arriscado, capaz de revogar a prisão domiciliar e devolvê-lo à cadeia. Será que ele vai tentar?

Se não conseguirem a prisão domiciliar, os advogados e aliados especulam que ele só ficaria em torno de dois anos atrás das grades. Prazo para que um novo governo de direita (se ela conseguir vencer Lula em 2026) o anistiaria.

Isso sem falar nas próximas vagas a serem abertas no STF, com a aposentadoria de Luiz Fux e de Cármen Lúcia, em abril de 2028 e abril de 2029. A ideia, se tudo for favorável ao Inelegível, é que sua pena não passe de três anos.

O plano dos defensores prevê ainda um pedido ao STF de revisão de pena, que cabe a qualquer condenado. A idade e a saúde estariam a seu favor.

A sentença do capitão deverá prever pena de no mínimo 25 anos de prisão. Há juristas que contabilizem de 32 a 35 anos, porém, é sabido que detenções desse gente desse nível social no Brasil não costumam durar por muito tempo...

Na sequência do julgamento devem ser apresentados os embargos declaratórios e infringentes - sem o poder para alterar uma condenação –, cuja análise iria no máximo até outubro. Daí em diante, a ordem de prisão para cumprimento de sentença poderia ser expedida.

Espumantes a postos!