As sujeiras de Tarcísio

 

Apesar na nova campanha de Tarcísio de Freitas – “Aqui não há espaço para corrupção” – e dele dizer que “o Brasil não aguenta mais o PT nem sua corrupção”, o governador de SP tenta aprovar na Alesp, em regime de urgência, o Projeto de Lei 410/2025, que destina a latifundiários 720 mil hectares de terras públicas devolutas, com até 90% de desconto.

Segundo a deputada Monica Seixas (PSOL) – que denunciou o projeto nas redes sociais -, quem está em posse dessas terras “são criminosos que desmataram essas regiões e, ao invés de responderem pelo crime, vão ser beneficiados com milhares de hectares de terra.” 

A maior parte das terras previstas para venda fica no Pontal do Paranapanema, região que já sofre com intensos conflitos agrários e devastação ambiental. E, desse modo, ao invés de R$ 9,6 bilhões de arrecadação, o governo deve arrecadar apenas R$ 1,9 bilhão com as vendas.

“Na prática, o projeto de Tarcísio regulariza grandes hectares de terras estabelecidas ilegalmente por latifundiários e grileiros, intensificando conflitos agrários e impedindo o avanço da luta pela reforma agrária”, completa Seixas. 

As irregularidades não param por aí. O empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma, foi preso terça-feira em operação do MP-SP, que apura um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria da Fazenda do Estado. 

Oliveira montou uma empresa em nome da mãe que movimentou R$ 2 bilhões nos últimos anos.

O esquema envolve o auditor Artur Gomes da Silva Neto, também preso, que manipulava processos administrativos para reduzir ou eliminar dívidas tributárias de empresas. Em troca, ele recebia pagamentos mensais de propina que já movimentaram mais de R$ 1 bilhão desde 2021.

O grupo Nós (dono da Oxxo) e a Kalunga  também teriam relações com os investigados

Conforme vídeo de Guilherme Boulos, Tarcísio segue alheio ao que ocorre “debaixo de seu nariz”. O governador, porém, diz ter instaurado 20 investigações para apurar a evolução patrimonial de servidores e que empresas ligadas ao esquema também serão investigadas. A conferir.