Mortes invisíveis

 


O troglodita Cláudio Castro considerou um “sucesso” a operação que matou 121 pessoas nos complexos do Alemão e da Penha na terça-feira. A mais letal já realizada no país, acima de Carandiru. Para ele só morreram quatro, os policiais abatidos, porque o resto são pobres. Não existem.

Estarrecedor.

Ontem assistimos às devastadoras imagens dos 40 corpos levados à Praça São Lucas, no Complexo da Penha (foto). É óbvio que havia inocentes entre os executados. 

E já não restam dúvidas de que a extrema direita vai se apoiar nessa tragédia anunciada como boia de salvação, na tentativa de reverter a popularidade ascendente de Lula, agora também embalada pelas pazes feitas com Donald Trump.

Que, por sinal, já matou 43 ao destruir supostos barcos de traficantes venezuelanos. Crime internacional. A moda pegou por aqui: Castro também se lixa para os mais de 100 eliminados pela truculência do Estado.

Os abutres da direita desembarcam hoje no Rio para se solidarizar com Castro. São eles o líder da caravana de governadores, Ronaldo Caiado (Goiás), Jorginho Mello (Santa Catarina), Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeo Zema (Minas Gerais), e Ratinho Júnior (Paraná), entre outros. Vêm prestar solidariedade pela matança. Surreal.

O caos que se sucedeu aos assassinatos na cidade foi motivado pela retaliação dos traficantes do Comando Vermelho, grupo focado na operação. Para o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o criminalista Kakay, especula-se que os próximos dias possam continuar movidos por retaliações e sangue, tanto pelos traficantes quanto pelos policiais.

Páreos duros em matéria de violência.

Inseguro como uma criança despreparada, o governador do Rio deu entrevista dizendo que foi abandonado pelo governo federal, rapidamente desmentido pelo ministro da Justiça, que passou a enumerar tudo o que já foi feito em benefício do Estado do Rio. E Castro desdisse então o que já tinha dito.

Basta dizer que ele foi contra a PEC da Segurança e apoiou a PEC da Bandidagem, como já foi dito aqui. Sem que a necrooperação tenha mudado uma vírgula na falta de segurança que assola o Estado do Rio – para não dizer que vai piorar com essa tragédia. Continuaremos a viver conflagrados pelo crime cada vez mais organizado.  

Com o dedo podre e especial dos bolsonaristas, ao estimular a livre circulação de armas, que acabam parando, majoritariamente, nas mãos dos bandidos.  

Salve-se quem puder!

 

 

Comentários

  1. Vera Braga
    O que o governador do Rio queria? Matar simplesmente ou notoriedade para se reeleger. O povinho adora eleger seus algozes.

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  2. Moises Vasconcelos
    não deixando b****** que eu sempre direito e quem não é b****** e foi morto

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  3. Lucilia Caire Castelo Branco
    O povo tem que ir para as ruas, não pode ficar anestesiado como a humanidade tem ficado em relação a Gaza

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  4. Mindinho Veríssimo
    Que vergonha RJ , Castro deveria ser impedido de candidatura para senador. Reflexo da herança bolsonarista que nunca larga de nos assustar.

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    1. O TSE estava barrigando o julgamento de Castro e Rodrigo Bacellar que pode tornar ambos inelegíveis - finalmente marcado para a próxima terça-feira. Só que entre seus juízes estão Nunes Marques e André Mendonça, que podem pedir vista e adiar o pleito para o ano que vem

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  5. Respostas
    1. Opinião ou crítica? É daqueles bandido bom é bandido morto? Se for, lembre que Bolsonaro está na reta para ir para trás das grades...

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  6. Mindinho Veríssimo
    É imaginar as tantas consequências que virão ; que o RJ não eleja Castro e Flávio ; absurdo essa reunião somente com governantes bolsonarentos , justo aqueles que negaram a federalização através da PEC de segurança que está parada no congresso.

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  7. João Bello
    ·
    RIO FOI PALCO DE GUERRA HÍBRIDA
    𝑶 𝑬𝑺𝑷𝑬𝑻Á𝑪𝑼𝑳𝑶 𝑶𝑷𝑬𝑹𝑨𝑪𝑰𝑶𝑵𝑨𝑳: 𝑨 𝑮𝑼𝑬𝑹𝑹𝑨 𝑸𝑼𝑬 𝑷𝑹𝑬𝑪𝑰𝑺𝑨 𝑺𝑬𝑹 𝑽𝑰𝑺𝑻𝑨
    Sob o disfarce da segurança, o Estado do Rio executou uma ação política de desestabilização. O alvo não é o crime, mas o governo federal e a soberania do País
    O episódio desta terça-feira, 28 de outubro de 2025, marca o ápice de uma operação psicológica cuidadosamente calibrada para fabricar a sensação de colapso da segurança pública e, com isso, legitimar uma agenda geopolítica que não nasce no Brasil. O termo “narcoterrorismo” — juridicamente inexistente no direito brasileiro — serve como chave simbólica para importar o vocabulário estratégico de Washington e deslocar o eixo da narrativa nacional: o que era crime organizado se transforma, subitamente, em “ameaça hemisférica”.
    Essa manipulação discursiva tem objetivos precisos. Internamente, consolida o projeto de poder da extrema-direita, que precisa do medo como combustível político; externamente, reabre a porta para a doutrina de segurança dos Estados Unidos, que volta a enxergar a América do Sul como um campo de “risco híbrido” a ser contido. O governo do Rio, ao adotar esse léxico, atua como vetor de uma psyop de alcance internacional: produz instabilidade, fragiliza o governo federal e fornece à imprensa estrangeira o argumento pronto de que o Brasil perdeu o controle sobre seu território.
    No campo informacional, não há improviso. A sincronização entre a operação militar, o uso do termo “narcoterrorismo” e sua replicação imediata por agências internacionais forma um roteiro já conhecido da guerra híbrida contemporânea: criar o caos, nomeá-lo sob o signo do inimigo global e exigir intervenção sob o pretexto da ordem. O que se passa hoje no Rio de Janeiro é menos sobre segurança e mais sobre soberania. É o ensaio de uma nova ofensiva cognitiva contra o Brasil.
    O PROPÓSITO POLÍTICO INTERNO: O CAOS COMO ESTRATÉGIA DE PODER
    A fabricação do caos é uma velha técnica política — e, no Brasil de 2025, voltou a ser um ativo eleitoral. O governo do Rio de Janeiro, ao transformar a segurança pública em espetáculo, recria o ambiente de medo que alimenta o bolsonarismo e oferece à extrema-direita o combustível de que precisa para se manter relevante. Cada granada lançada, cada corpo exibido, cada manchete sobre “narcoterrorismo” reforça a narrativa de que apenas o autoritarismo pode devolver a ordem.
    O cálculo é cínico. Com as eleições municipais à vista e o bolsonarismo enfraquecido nacionalmente, a extrema-direita busca um novo eixo de mobilização — e encontrou na “guerra contra o crime” o terreno ideal. Ao hiperbolizar a insegurança, cria-se a percepção de que o governo federal perdeu o controle, forçando o presidente Lula a reagir sob a agenda discursiva do adversário. É o mesmo método usado nos Estados Unidos durante a “War on Drugs” e na Colômbia sob o pretexto do “narcoterror”: a política do medo como arma eleitoral e instrumento de subordinação internacional.
    Internamente, o discurso serve a três funções:
    1 - Blindar a incompetência administrativa do Estado fluminense, desviando o foco das crises fiscal e social.
    2 - Rearticular o campo bolsonarista sob uma bandeira moral e bélica, agora travestida de “defesa do cidadão”.
    3 - Provocar o governo federal a entrar no jogo da força, rompendo o equilíbrio entre segurança pública e direitos civis e apresentando Lula como “fraco diante do crime”.
    O caos, portanto, não é um efeito colateral — é o produto. A sensação de desordem é o terreno fértil da extrema-direita, e o Rio de Janeiro, mais uma vez, foi escolhido como laboratório. Sob o verniz de combate ao tráfico, o que se ensaia é uma guerra política por narrativas: a disputa pela percepção de quem detém a autoridade moral para usar a violência.

    Reynaldo José Aragon Gonçalves

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  8. Carlos Minc
    😟😟😟🫩🫩🫩🤔🤔🤔
    💪🏾💪🏾💃🏿💃🏿🪘🪘🙏🏼🙏🏼💥💥

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  9. Sheila Jane
    Nunca pensei tanto em Tropa de Elite, principalmente na 2! Boa parte da Alerj é cupincha da milícia, muitos do judiciário, sem falar da própria polícia. O inelegível e família são candidatos deles. Isto tem que ser enfrentado de frente. Não dá mais para continuar assim. Sempre são os mais pobres e vulneráveis a serem perseguidos e mortos para reforçar que só tem bandido em favela. É um resquício grande da época da escravidão e depois da Lei Áurea, em que os pretos libertos foram jogados a própria sorte e às periferias das cidades. Os chefões da milícia e do tráfico estão nos condomínios de luxo da Barra da Tijuca, na Faria Lima... Eu conheço muito o Rio. Fui criada lá. Tenho relação com a cidade há 60 anos. E no geral o pessoal de lá ainda é muito racista, segregacionista. O próprio governador é desta galera. É pensar que esta figura foi eleita em primeiro turno e que ganhou com folga na zona eleitoral do massacre de antes de ontem. Creio que isso não vai mudar tão cedo. Vão continuar elegendo os mesmos! 😥😥

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  10. Ricardo Carvalho
    Foto para fazer inveja aos nazistas, durante a II Guerra Mundial, na Polonia. Não é mesmo, Cláudio Castro ?

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  11. Maria Helena Silva Leitune
    UM HORROR ! QUE PAÍS É ESTE? SÓ UM CEGO PRA NÃO VER QUE ELES ESTÃO FAZENDO TUDO QUE PODEM PRA COLOCAR O POVO CONTRA O PRESIDENTE LULA!

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  12. Maria De Fatima Soares
    Maria Helena Silva Leitune aconteceu exatamente após o Lula declarar ser candidato ao seu 4º mandato. É tudo pra prejudicar o Lula. É um CANALHA FASCISTA.

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  13. Esteliano Santos
    Fico escutando blá-blá-blá daqui e blá-blá-blá de lá ou seja um monte de pessoas que morreram injustamente e meus eternos pêsames pra todas as famílias inclusive às dôs Policiais que morreram fazendo os seus deveres mortos pôr bandidos mais aonde quero chegar e que nem todos que ali morreram não eram todos BANDIDOS aí o povo sai dizendo que o Governador estava certo tremendo vagabundo e irresponsável.

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  14. Carlinhos Dos Santos
    Fez o certo, já deveria ter feito, eliminar o mal pela raiz

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    1. Cruzes, e seu teu filho tivesse ido parar lá e fosse sumariamente eliminado?

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  15. Ederson Gomes
    Oxe, sou de esquerda, porém o governador tem que invadir as favelas mesmo, e se a polícia for reciba a tiros te que revidar sim, em 2 dias quase 100 fuzis foram encontrados, drogas foragidos, motos carros roubados...

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  16. O maior número de fuzis encontrados foram os 117 na casa do vizinho e amigo de Bolsonaro, no Condomínio Vivendas da Barra. E ninguém foi assassinado ali

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