Dudu escapa de ação disciplinar

 

Favas contadas: o dublê de deputado e delegado, Marcelo Freitas (UB-MG, foto) pediu o arquivamento da ação disciplinar contra Eduardo Bolsonaro, que pode levar à cassação do deputado. Dos três sorteados para a relatoria do caso, o presidente do Conselho de Ética da Câmara, Fábio Schiochet (UB-SC), escolheu o parça de Bananinha.

O relatório de Freitas ainda pode ser rejeitado pelo colegiado do Conselho de Ética da Câmara que, nesse caso, nomearia outro relator. O processo contra o 03 resultou da representação do PT, que o acusa de quebra de decoro parlamentar por ter incentivado autoridades dos EUA a aplicarem sanções contra o Brasil e a seus agentes públicos.

Algo que ninguém inventou: o próprio Dudu se fartou de bravatear sua faceta contra o Brasil, junto a Paulo Figueiredo, pela liberdade do papai. Produziu provas contra si mesmo.

O arrogante deputado não participou da sessão, apesar de convidado, e não gastou o dindin do pai para contratar um advogado. Foi representado por um defensor público (destinado aos pobres). Poderia aproveitar o advogado da Câmara, que estava indisponível, porém (ou não quis embarcar na canoa furada).

O documento será votado pelos 21 deputados do colegiado. O caso será arquivado se o parecer for favorável, ainda assim, pode ser levado ao plenário, se houver recurso ao plenário.

Além deste processo, Eduardo é questionado pela Mesa Diretora da Câmara por excesso de faltas não justificadas. Ele não aparece no trabalho desde o início do ano, quando viajou para os EUA a fim de evitar que o pai fosse para a cadeia.

Como lembra a jornalista Flávia Tavares, no Canal Meio, o 03 já chamado de embaixador do bolsonarismo, "hoje coleciona distâncias: do Congresso, dos aliados e do próprio Donald Trump.” (Como se viu após o contato com Lula, o clã deixou de ser prioridade para o líder republicano.)

Eduardo é um político moldado pela estridência do pai e pela influência de Olavo de Carvalho, que o aproxima de Steve Bannon, guru de Trump. 

Seu protagonismo ao trazer o Conservative Political Action Conference (CPAC) ao Brasil (maior encontro anual da direita conservadora americana, vitrine do trumpismo) o projetou como elo entre a direita americana e a brasileira. Só que o inglês macarrônico a falta de lastro intelectual próprio não garantiram sua permanência no desejado papel.

E ele teve a capacidade de irritar a direita como um todo, ao agir de maneira totalmente autocentrada, sem o menor espírito de corpo. O radicalismo com que defendeu a anistia acabou por soterrá-la. Veremos os próximos capítulos...