Encontro é promissor, apesar de Dudu

Apesar dos esforços de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo para envenenar a primeira reunião realizada entre nosso chanceler, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, “o encontro foi muito produtivo, em um clima excelente de descontração”, avaliou Vieira ao sair do encontro.

Durante 45 minutos, houve “troca de ideias e posições de uma forma clara e objetiva, e com muita disposição para trabalhar em conjunto, para traçar, então, uma agenda bilateral de encontros, para tratar de temas específicos de comércio”, disse o chanceler na coletiva realizada na embaixada do Brasil nos EUA.

E, em 15 minutos, só entre os dois, Vieira pediu o fim do tarifaço e das sanções ao Brasil, que Rubio prometeu levar a Trump.

Segundo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, os dois lados concordaram em iniciar negociações “em breve”. A  agenda de reuniões entre Washington e Brasília será definida por Vieira e Rubio, que devem manter contato nos próximos dias para discutir e alinhar os encontros bilaterais entre os negociadores dos dois países.

Na véspera, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo se reuniram com integrantes do Departamento de Estado dos EUA, chefiado por Rubio. Segundo a colunista Bela Megale, os dois teriam ironizado que no Brasil há uma “narrativa de que Trump ama Lula”, que seria como a aproximação entre os dois líderes está sendo vista no país.

Segundo aliados de Bananinha, ele aposta que Rubio manterá as exigências impostas ao país como condição para reverter o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiro, como uma possível anistia a Bolsonaro. Ou seja, continua torcendo contra o Brasil (e a receber salário sem trabalhar).

Dudu afirmou nas redes que esteve no "prédio do State Department" fazendo "o nosso trabalho de atualizações, trazendo as perspectivas e tudo mais que for necessário para esclarecer tudo aquilo que realmente ocorre no Brasil". Interessante que ele tenha essa lupa, de tão longe... 

"Anistia segue mais viva do que nunca", completou.

Dá para a acreditar? Os dois acham que o país deve ser sacrificado com as abusivas tarifas em nome de uma única pessoa: o ex-presidente, alvo de um julgamento dentro dos padrões internacionais, condenado a 27 anos de prisão.

É bom que ele saiba, para baixar a bola (ou cair na real), que os bolsonaristas representam apenas 12% da direita brasileira, que tem outras prioridades do que lutar por uma causa vencida: entregar a soberania de nosso país e do nosso judiciário ao país que ameaça nossa economia.

Só que, não mais, porque o assunto Bolsonaro não foi sequer mencionado desde que Trump e Lula começaram a reatar os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

O que não entrou em pauta e é uma real preocupação do Itamaraty, são as ameaças feitas por Trump a Maduro, presidente da Venezuela. Isso sim é relevante.