Garimpo ilegal no 8 de janeiro

 

Pouco a pouco, financiadores e incitadores do 8 de janeiro começam a ser descobertos. A Abin já enviou à CPMI dos Atos Golpistas documentos que comprovam a participação de empresas e suspeitos ligados ao garimpo ilegal.

Um deles é Enric Juvenal da Costa Lauriano (na foto com o capitão), cuja empresa já foi autuada por crimes ambientais no Pará. Uma escavadeira que pertencia a Lauriano foi apreendida pelo Ibama em 2022 na terra indígena Kayapó.

Conforme a Folha, os agentes chegaram ao empresário pelos registros de caminhões e ônibus usados pelos vândalos.

Lauriano, que estava entre os ‘patriotas’ acampados no QG do Exército de Brasília, teria não só emprestado veículos para levar os golpistas à capital, como feito campanha de financiamento por Pix para atos bolsonaristas em Marabá.

A campanha teria sido feita pela chave da empresa de informática de Ricardo Pereira Cunha, dono da Mineração Carajás Ltda, um dos citados por George Washington de Oliveira Souza, terrorista que tentou explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília em dezembro.

“Essas conexões evidenciam o vínculo entre a prática de ilícitos ambientais e a atuação de grupos extremistas contrários à eleição para a Presidência da República em 2022”, registrou a Abin em relatório.

“Além de permitirem identificar redes de práticas delituosas abrangendo diversas atividades, atores e verbas oriundas da exploração ilegal de recursos naturais”, acrescentou.

Ainda segundo documentos da Abin entregues à CMPI, 272 caminhões – metade pertencentes a empresas - começaram a entrar em Brasília de novembro até o 8 de janeiro. A maioria dos veículos restantes eram novos ou seminovos, de pessoas físicas de empresas de médio porte do setor agropecuário.

Era o agro ogro em ação.

A Folha já havia levantado, em novembro, que empresários de vários estados – conforme as placas, de Mato Grosso, Goiás, Bahia e Santa Catarina -, bancaram transportes para o ‘povo’ acampado no QG do Exército de Brasília.

Doze dos caminhões pertenciam à Agritex, de maquinários, peças e equipamentos agrícolas. Ao compartilhar vídeos no Instagram com os veículos, eles alardearam: "Chegaram em Brasília os guerreiros das estradas". "O agro mostrando a sua força e importância."

Depois de identificados, ou eles serão presos, ou dirão que não tiveram nada a ver com aquilo tudo. Como temos visto os leões bolsonaristas transformados de uma hora para outra em gatinhos medrosos.