Mais um assessor do capitão na fritura

 

Mais um nome está em circulação na CPMI dos Atos golpistas: o do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara (no destaque da foto), alvo de busca e apreensão da PF em operação que mirava o inominável, em maio.

A comissão recebeu os dados da quebra de sigilo telemático e do e-mail institucional de Câmara, que teria chefiado uma “Abin paralela” no governo anterior.

Para isso, segundo o colunista Lauro Jardim, foram recuperadas pelo Palácio do Planalto o backup das caixas de e-mail de 1º de janeiro de 2022 a 7 de julho. 

Só que os e-mails recebidos e enviados previamente apagados não entraram nesse pacote. E podem ser preciosos...

Ainda assim, os novos dados, armazenados em pen drive, são considerados sigilosos pelos investigadores.

O ex-assessor especial do gabinete pessoal de Bolsonaro, acusado de chefiar o tal serviço de inteligência paralelo, hoje tem a atribuição de controlar a agenda do ex-chefe.

Além dos dados de Câmara, a CPMI recebeu também os resultados da quebra de sigilo de Osmar Crivelatti, outro que assessora o ex-mandatário atualmente, e de Luis Marcos dos Reis , Mauro Cesar Cid , Jonathas Diniz Vieira Coelho, Cleiton Henrique Holzschuk, Danilo Isaac Calhares , Adriano Alves Teperino e Daniel Lopes de Luccas.

Pode sair muita informação quente daí. 

Conforme o colunista Guilherme Amado, Câmara acompanhou o ex-presidente em sua última estadia nos EUA com outros dois militares, presos na operação de maio.

Já a atuação de Câmara no serviço de inteligência paralelo gerou dossiês que originaram investigações resultadas em demissão de ministros. Ao saber que estava sendo produzido um dossiê contra ele, o ministro Luiz Henrique Mandetta – à frente da Saúde – foi um que demitiu-se, em 2020.

Após perder as  eleições, o tão zeloso mi(n)to com sua própria segurança e de seus familiares, tem sido assado em fogo lento. O pai e o filho Carlos – que também teria comandado uma ‘Abin paralela’ – perderam suas contas no Banco do Brasil.

E Carluxo, intransigente defensor do armamento da população civil junto ao pai, acaba de perder seu próprio porte de armas. Deve ter sido duro de engolir.

Daqui para a frente, espera-se que as investigações cheguem ao mentor intelectual do 8 de janeiro. Que tem cara, odor e textura de ser coisa do maior propagador de tentativas de golpes dos últimos quatro anos. 

Só faltam provas concretas para chegar a ele. O que pode ser apenas uma questão de tempo.