Chantagem: quem perde é o Brasil

 

Não bastou arriar as calças mais uma vez, se desincompatibilizar com eleitores e setores da sociedade por afastar mais uma mulher do governo para ceder a Caixa Econômica ao Centrão.

A resposta foi imediata. A Câmara retribuiu com a aprovação do projeto de lei sobre a tributação dos fundos exclusivos usados por super ricos e Offshores. Nem se deu ao trabalho de disfarçar para desvincular uma coisa da outra.

Só que eles são insaciáveis. Conforme o Portal Metrópoles, hoje líderes do PP e do Republicanos preparam outro ataque a Lula em reunião com a a base aliada no Planalto. Em pauta, as demandas dos partidos para o final de 2023.

Tanto a Câmara quanto o Senado – que agora agride a atual gestão em várias frentes – votam ainda este ano projetos de interesse do governo, como a reforma tributária, os vetos presidenciais e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Líderes anteciparam, porém, estar insatisfeitos por “promessas não cumpridas”, a exemplo da entrega da Funasa, das vice-presidências da Caixa e de emendas parlamentares.

Para quem não de lembra, a reunião anterior do presidente com estes líderes selou as trocas nos ministérios dos Portos e Aeroportos e dos Esportes. Este último, que cortou mais uma presença feminina no governo. Senha para o embarque? 

Ainda não. Como se vê, as exigências não param. Lula hesita em relação à volta da Funasa, criada em 1991 para promover o saneamento básico. Só que o presidente decidiu por sua extinção em janeiro, por defasagem e ineficiência.

O objetivo era repassar as funções do órgão aos ministérios da Saúde e das Cidades. O Centrão, porém, volta a botar a corda no pescoço de Lula, impondo a recriação de um órgão que nada mais é do que um cabide de empregos.

Hoje o ministro Fernando Haddad também se reúne com Arthur Lira para discutir as pautas econômicas do fim de 2023. Só que o Legislativo tem trocado a atuação pautada pelas necessidades do país por vantagens pessoais.

Chantagem escancarada.

Infelizmente o atual empoderamento da Câmara, conquistado após o inelegível delegar a ela o governo, de mão beijada, com o orçamento secreto, é acompanhado pelas medidas do Senado para prejudicar a governabilidade.

São exemplos as decisões sobre o marco temporal, as drogas e limites às decisões do STF.

O que se vê não são poderes aliados, e sim numa competição onde quem perde é o Brasil.