Escárnio com a vontade venezuelana

 

Sou de esquerda, porém não tolero ditaduras. E o que parece é que Nicolas Maduro deu um golpe para somar mais seis aos seus 11 anos no poder. A vitória de Maduro foi anunciada na madrugada de ontem, com 80% das urnas apuradas.

Conforme o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) o chavista foi reeleito com mais de 5,1 milhões de votos, ou 51,2%, contra 4,4 milhões, ou 44,2% do ex-embaixador Edmundo Gonzáles Urrutia, o candidato da oposição.

Antes dos resultados finais, os dois lados se diziam vitoriosos. “Neste momento temos 44% das atas, todas as que foram transmitidas nós temos, e todas essas informações coincidem: Edmundo recebeu 70% dos votos e Maduro, 30%”, anunciou a líder da oposição, María Corina.

Maduro chegou a dizer que as urnas brasileiras não eram auditáveis, repetindo a ladainha do inelegível. Talvez com essa suposta farsa ele mude de tom...O fato é que Gabriel Boric, líder de esquerda e presidente do Chile, afirmou não reconhecer nenhum resultado sem verificação.

Como se sabe, os ex-presidentes Vicente Fox (México) e Mireya Moscoso (Panamá), foram impedidos de pousar na Venezuela para acompanhar as eleições. Sabe-se também que sanções americanas foram suspensas mediante a promessa de Maduro de que as eleições seriam limpas. 

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, duvidou de que o resultado representasse de fato a vontade do povo venezuelano. Até nosso chanceler, Celso Amorim, enviado por Lula, disse ser difícil reconhecer aquela vitória, porque não houve acesso às atas.

Em sua primeira entrevista coletiva após o pleito, María Corina sustentou: “Ganhamos em todos os setores, em todos os estratos, em todos os estados. Temos 44% das atas, todas as transmitidas, e em todas as informações coincidem: Edmundo recebeu 70% dos votos e Maduro, 30%.”

Há quem diga que é uma oposição golpista de direita...affff

Cuja contagem mostrava vantagem de até 30 pontos percentuais para González. Enquanto na situação as projeções que circulavam em redes sociais e grupos de WhatsApp mostravam diferença a favor de Maduro de até 10 pontos.

Só um dado era compartilhado por ambos: o percentual de participação eleitoral em torno de 60%, considerado alto pela oposição, embora abaixo dos 70% esperados.

O governo declarou vitória numa eleição em que todas as pesquisas apontavam uma derrota em grande escala. A pesquisa de boca de urna do Edison Research, pedida pelo Wall Street Journal, sugeria que González Urrutia venceria com 64% dos votos contra 31% de Maduro.

Já o chefe do CNE, Elvis Amoroso, anunciou a vitória do presidente com 80% dos votos dos 21 milhões de eleitores aguardados nas 30 mil mesas de votação apurados.

Nesse ritmo, a situação pode descambar para um guerra civil.