Ação no 8 de janeiro dá status a candidatos

 

Quando a gente acha que já viu de tudo, aparece mais essa. Agora, a participação nos atos golpistas – com ou sem prisão -, virou currículo para turbinar candidatos a cargos políticos.

Segundo o Globo, ao menos nove envolvidos no 8 de janeiro de 2023, inclusive Fabiano da Silva, candidato a prefeito de Itajaí, uma das principais cidades de – não por acaso – Santa Catarina, usa em sua propaganda política a foto da véspera da tentativa de golpe, com a legenda “rumo a Brasília”.

Silva foi preso no 8 de janeiro e denunciado pela PGR por incitação ao crime e associação criminosa. Há um inquérito contra ele no STF que o incluiu entre os autores intelectuais da ação e por ter instigado a depredação da capital federal.

Conteúdos sobre a intentona golpista são compartilhados por essa gente e até ilustram suas respectivas fotos de perfil. O número da urna, terminado em 801, é também outro vinculo com os atos golpistas.

Claro que o partido com mais candidatos com este perfil é o PL do inelegível, com três representantes, todos apoiadores do ex-presidente. Em comum, a recusa em aceitar a vitória de Lula e a participação no quebra-quebra do DF.

Só não há condenados pelo STF, já que a Lei da Ficha Limpa – agora sob ataque de senadores 171 – impediria essa participação no pleito. No entanto, há candidatos investigados ou denunciados pela PGR, além dos que foram presos e tentam eliminar seus respectivos processos.

O pastor Dirlei Paiz (PL) é outro representante de Santa Catarina suspeito de organizar e divulgar a chamada “Festa da Selma”, codinome da convocação das caravanas rumo a Brasília para o 8 de janeiro.

Paiz foi preso pela PF em agosto de 2023, liberado em dezembro e agora tenta se eleger vereador em Blumenau (na onipresente Santa Catarina).

Já Susi Bittencourt (PL), candidata a vereadora por Rio das Ostras (RJ), usa explicitamente o 8 de janeiro como chamariz de campanha. Como se fosse um ato de heroísmo, ela narra sua prisão após os ataques e batiza o lugar para onde foi levada de “campo de concentração improvisado”.

O pior é que nada disso é piada...