Método Pablo Marçal

 

Além de suas mentiras descaradas, Pablo Marçal ganhou um troféu na campanha à prefeitura de São Paulo: inseticida de políticos. Por causa dele, como se sabe, Nunes, Boulos e Datena faltaram ao debate online promovido ontem pela Veja.

 “A gente tá com um problema de masculinidade e virilidade nessa nação. Os homens, principalmente o que lidera (sic) a prefeitura, não teve (sic) coragem de vir”, provocou.

E é desse jeito que Marçal cresce nas pesquisas. Dissemina fake news a rodo, faz as mais abusadas provocações, vira notícia em tudo o que é lugar e vai ficando famoso. 

Eu mesma escorrego em sua casca de banana ao dedicar um post a essa farsa ambulante.

Só que agora ele está em risco de se tornar inelegível, porque o MP atendeu a uma denúncia de Tábata Amaral, candidata a prefeita pelo PSB. Já corre um processo para cancelar a candidatura do coach.

Marçal também andou fazendo mistério sobre algum dos candidatos ser usuário de cocaína, até que apontou para Guilherme Boulos, que já ganhou o direito legal de defesa. Estrago feito, imagine quantos clics ele não atraiu em tempo recorde com sua maliciosa insinuação?

E não foi surpresa quando ele abriu o programa de ontem debochando das ausências de Nunes, Boulos e Datena. Como se fosse ele o superior ilibado e os adversários uns covardes.

Só que Tabata Amaral já desmontou o coach de cara com sua pergunta, que ele disse responder após o debate, sobre iniciativas esportivas de Marçal que causaram até morte.

O coach e influenciador digital ganhou fama quando concorreu à presidência pelo PROS, em 2018. Na época, declarou um patrimônio de quase R$ 88 milhões à Justiça Eleitoral. Tipo assim, não é o dinheiro que o leva à política...

A candidatura, contudo, foi removida pelo partido e, não por acaso, ele acabou por apoiar o ex-presidente.

Em 2022, era alvo de uma ação da PF na investigação sobre a ocorrência de crimes eleitorais, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. 

Também tentou a Câmara Federal, porém, a vaga foi suspensa pelo TSE. E já foi condenado a remover publicações em suas redes ligando o PT a um tal kit gay distribuído nas escolas.

Daí em diante voltou ao coaching.

Após uma profunda síndrome de identificação – afinal, o método de polemizar para aparecer de Marçal é idêntico ao do inelegível, ou melhor, sua cópia escarrada - o ex-presidente chamou o candidato do PRTB de “mentiroso” e declarou seu apoio a Nunes, mais perdido do que cego em tiroteio.

Ou seriam estratégias?

No caso, a mentira de Marçal seria o suposto apoio recebido do mi(n)to, que talvez tenha decidido de início e optado por desistir. O fato é que deu mais um empurrãozinho ao mentiroso para manter-se em evidência.