A guerra ainda não acabou

Saudosistas do X, tremei. Não deve ser antes das eleições e muito menos agora que a plataforma de Elon Musk será desbloqueada por Alexandre de Moraes. Segundo o Globo, o ministro exige agora o pagamento de uma multa de R$ 10 milhões pelo descumprimento de dois dias de bloqueio.

Valores que podem ser até peanuts para o bilionário. Incomodam, porém, aos sócios e investidores.

Além disso, Moraes exige que o X informe, com concordância da Starlink, que os R$ 18,3 milhões bloqueados serão usados no pagamento de multas. E se a empresa vai desistir dos recursos que impetrou e que a representante legal, a advogada Rachel de Oliveira, pague outra multa de R$ 300 mil, ainda não se sabe por qual motivo.

(Isso tudo porque até hoje o Congresso não quis criar leis para barrar os excessos das redes sociais).

A plataforma informou na quinta-feira que cumpriu as determinações de Moraes para que o X fosse desbloqueado. Só que a guerra não acabou. E os que ansiavam por plantar fake news nas próximas eleições terão de esperar sentados.

A nova multa, de R$ 10 milhões, é resultada da entrega dos relatórios pela PF e pela Anatel – com a identificação dos infratores que continuaram a acessar o X, via Cloudflare -solicitada pela PGR e autorizada por Moraes. A molecagem de Musk que se volta contra ele.

Para Paulo Gonet, “constitui explícito acinte à autoridade da deliberação do STF postar na plataforma banida materiais repulsivos à liberdade de expressão, ao regime democrático e à dignidade das pessoas, sobretudo no período eleitoral, para serem adiante divulgados alhures”.

Quer dizer, os que acharam que a contagem regressiva já  começava terão de se munir de mais paciência. Seja os que afiavam as garras para abusar da desinformação no próximo pleito, seja os meros viciados na plataforma ou os que acompanham ali o que ocorre de mais novo em IA.

Este, um serviço relevante.

E se Elon Musk achou que já tinha conseguido virar a página, terá de enfiar sua arrogância no saco e continuar a se submeter às regras da Justiça brasileira. Porque o Brasil não é parque de diversões de bilionários mimados.