Ri melhor quem ri por último

 

Sabemos que o bilionário Elon Musk acata decisões do governo da Turquia ou da Índia, para citar apenas dois exemplos, e que se comportou como adolescente mimado em relação à Corte brasileira.

O que virou uma verdadeira queda de braço, porém, se inverteu radicalmente do lado de Musk. Para quem se dedicava a atacar o ministro Alexandre de Moraes, de repente ele passou a obedecer todas as suas ordens.

Musk achou que ia abafar no Sete de Setembro. Não foi, porém, o que aconteceu.

E bloqueou as contas pedidas para serem bloqueadas, nomeou a advogada Rachel de Oliveira Villa como sua representante legal no Brasil e quitou as multas. Não mais que de repente.

Daí a desconfiança do ministro e do seu entorno.

Ontem Musk entregou os documentos solicitados por Moraes para comprovar que atendeu seu adversário, de crista baixa, o que vai trazer o X de volta ao Brasil a qualquer momento. Resta saber se o ministro lerá o calhamaço a tempo de desbloquear antes das eleições (para ajudar a empesteá-las).

Talvez tenha caído a ficha do bilionário de que ocorria uma transferência gigante de usuários do X para a Threads, da Meta, e BlueSky. E depois que eles mudam, é difícil voltarem à plataforma anterior.

Além disso, o Brasil pode não ser uma superpotência, ocupar entre a oitava e décima posição entre as economias mundiais, contudo, é relevante. Vai saber o que moveu o empresário...

E Musk passou os servidores do X ao Cloudflare, molecagem que permitiu a continuidade de acesso à plataforma por aqui. Quem mesclou desobediência civil ao dever de ofício foram o senador Sérgio Moro - cada vez mais desmascarado - e o deputado Eduardo, filho você sabe de quem, por exemplo.

Essas e outras levaram o ministro a adotar a medida questionada por vários setores, como a OAB, de multar em R$ 5 milhões/dia os usuários que continuassem a disseminar fake news e mensagens de ódio pelo X. Foi a resposta de Moraes à provocação do bilionário referendada pelo PGR, que botou a PF para ir atrás dos infratores.

A novela parece próxima do fim, antes que o X se transformasse num mero ambiente de extrema direita, sem o poder de impacto político que sempre teve.

Resta saber o quanto conseguirá manter do seu antigo vigor nessa próxima volta. No mais, o desfecho endossa o ditado popular: Ri melhor quem ri por último.