Zambelli pode ficar inelegível

 

A deputada bolsonarista Carla Zambelli saía de um restaurante na Alameda Lorena, em SP, quando percebeu que um grupo gritava “Lula” e começa a discutir com um homem negro, que provocava, “Amanhã é Lula, papai”.

Bastou para a deputada passar a perseguir o cidadão,  apontando uma arma (foto). O episódio poderia até ter parado por aí, não fosse o dia 29 de outubro de 2022, dois dias posteriores ao segundo turno das eleições. Na sua falta de escrúpulos para agradar ao chefe, acabou que incomodou até a ele próprio com sua inconsequente bravata.

Pois agora o TRE-SP atendeu à ação da deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e formou maioria para cassar o mandato de Zambelli e fazer dela - assim como o capitão -, inelegível por oito anos (a partir de sua reeleição, em 2022).

O problema lembrado acima nada teve a ver com a decisão judicial, porém, achei que valia a pena lembrá-lo, para mostrar como o fanatismo dessa mulher (o que será que a move?) é capaz de irritar inimigos e até aliados.  

A causa acolhida pelo TRE foi a sua prática contumaz de produzir e disseminar desinformação eleitoral durante o pleito de 2022. O placar no julgamento foi de 4 a 0, até ser suspenso por pedido de vista.

Qualquer que seja a decisão final do TRE, Zambelli ainda poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As consequências da decisão final só vão valer depois do esgotamento de todos os recursos.

Em parecer de setembro, Paulo Taubemblatt, procurador regional eleitoral de SP, defendeu a procedência da ação. Para ele, os ataques às urnas visam “desmerecer e retirar a credibilidade do conjunto de instituições responsáveis pela condução e organização do processo eleitoral”, conforme declarou à Folha.

Se Zambelli ficar de fato inelegível, o ideal seria que Bia Kicis - outra parceira nas fake news -, seguisse o mesmo caminho. Seria uma limpeza e tanto do Parlamento brasileiro.