Zambelli mais enrolada que fio em carretel

 

Quem diria que, em meio ao retumbante recolhimento da denúncia do PGR pelo STF – que tornou réus Bolsonaro e seus sete auxiliares diretos na tentativa de golpe –, os embargos de declaração apresentados ao TER-SP pela puxa-saco Carla Zambelli deram ruim. Por unanimidade.

A decisão confirma que a bolsonarista usou indevidamente os meios de comunicação e praticou abuso de poder político para desacreditar o processo eleitoral de 2022. O que a torna inelegível por oito anos a partir das eleições de 2022.

E, para piorar ainda mais a sua barra, o Inelegível atribuiu a ela sua derrota eleitoral, depois que a deputada saiu perseguindo um homem em São Paulo, armada, às vésperas do segundo turno eleitoral. Quem mandou bajular bandido?

A ação para o julgamento, iniciada em dezembro, partiu da brava deputada federal Sâmia Bonfim (Psol-SP). Em janeiro, o TRE decidiu pela cassação de Zambelli, movido pela disseminação de fake news sobre o processo eleitoral – seguindo a orientação do ex-presidente – e  "abuso da liberdade de expressão e ato de evidente má-fé".

Ao mesmo tempo, a deputada bolsonarista dançou junto à maioria do plenário virtual do STF, que já formou maioria para condená-la a cinco anos e três meses de prisão por perseguição armada ao jornalista Luan Araújo.

O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, foi acompanhado pelos ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli, que atingiu os seis votos contra a deputada. A decisão vai incluir a perda do mandato e a execução da pena de prisão.

O julgamento foi suspenso pelo pedido de vista do ministro Kássio Nunes Marques, indicado à Corte por Bolsonaro. Com isso, a conclusão da análise ainda pode levar  até três meses. De qualquer forma, a decisão não vai alterar o resultado do julgamento, que já obteve a maioria do STF.

E foi ela quem apresentou ao Inelegível o hacker Walter Delgatti, para criar um sistema que danificasse as urnas eletrônicas. Mais uma etapa da tentativa de golpe que falhou e, como se viu, culminou na transformação de Bolsonaro e seus sete auxiliares diretos em réus.

A verdade, finalmente, começa a aparecer.