Novos réus no firmamento golpista

 

Após cinco horas de sessão - Bolsonaro e demais condenados a réus no julgamento do ‘Núcleo Crucial’ levou dois dias –, os seis acusados do Núcleo 2 tornaram-se réus na terça-feira, em decisão unânime da Primeira Turma do STF.

Assim, além do Inelegível, a ação penal soma 13 réus pelos crimes de tentativas do golpe de Estado, de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, depredação de patrimônio público e dano qualificado.

Alexandre de Moraes, relator do processo, votou para receber a denúncia da PGR e foi acompanhado pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, a única a comentar: “Não há o que perdoar. Sabiam o que faziam. Portanto, também voto pelo recebimento da denúncia.”

"Os denunciados ocupavam posições profissionais relevantes ao tempo do desenvolvimento do processo de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e deposição do governo legitimamente constituído. Cada qual gerenciou ações da organização criminosa", sustentou oralmente na sessão o procurador-geral, Paulo Gonet.

Enquanto parlamentares, sobretudo bolsonaristas, tentam aprovar o PL da Anistia, o que levou os ministros a tornarem réus essa nova leva, que ainda terá amplo acesso à defesa:

Para a PGR, a PRF bloqueou estradas no segundo turno das eleições de 2022 para dificultar o acesso às urnas pelos eleitores de Lula. A determinação, do então ministro da Justiça, Anderson Torres, já réu, foi executada por Silvinei Vasques, que dirigia a PRF, e Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora da Inteligência do Ministério da Justiça. 

O general Mário Fernandes, já detido, tinha em mãos o documento Punhal Verde e Amarelo, o plano para assassinar Lula, seu vice, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Enquanto o coronel da reserva Marcelo Costa Câmara,  ex-assessor de Bolsonaro, trocou mensagens com o ex-faz tudo, Mauro Cid, apontando a localização de Moraes.

Já o crime do delegado da PF, Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF, foi a omissão no 8 de janeiro. E Filipe Martins, ex-assessor do capitão - o único presente à sessão -, levou a minuta do golpe a Bolsonaro, que fez correções ao texto.

Claro que os acusados e suas defesas negam tudo. Caso sejam condenados, poderão pegar penas de até 36 anos de prisão.

A conferir.  No mais, Alexandre de Moraes mandou prender o ex-presidente Fernando Collor, e Glauber fica!!! Foto Celina Côrtes, ontem, na Cinelândia