Bolsonaristas vão invadir o Senado

 

Era início de 2019 quando transformei meu blog em ponta de lança contra Bolsonaro e a extrema direita que, ainda não sabíamos, já montavam seu esquema para virar a mesa – caso necessário – para permanecerem no poder.

Quando assistimos à reunião do ministério de 22 de abril de 2020 – por ordem do ministro do STF Celso Mello, quando o ex-presidente desferiu 29 palavrões -, Bolsonaro já dava pista de seus planos (frustrados sobretudo pelo STF), lamentado a inoperância da inteligência se comparada à sua própria.

Referia-se à Abin paralela. E quem denunciou a criação de um órgão do governo para bisbilhotar adversários e atacar inimigos foi o poderoso ex-ministro Gustavo Bebianno, no Roda Viva, exibido um mês antes da fatídica reunião.

E deu nome aos bois: apontou Carlos Bolsonaro, o 03, como organizador da arapongagem, agora revelada nas mais de mil páginas do inquérito da PF. Assim como tudo o que tocava entrava para o hall do golpismo para se perpetuar no poder, a deformação do órgão democrático criado por FHC para substituir o SNI voltava ao perfil da ditadura militar.

A essas alturas, o Gabinete do Ódio, outra cria do filho 03, escancaradamente instalado dentro da Secretaria de Comunicação da Presidência, já estava em plena atividade, seguindo o receituário de Olavo de Carvalho, porta voz tupiniquim da extrema direita internacional.

Como se sabe, a tentativa de golpe seguiu adiante em prestações até descambar no 8 de janeiro, quando Bolsonaro se escondia na Disney e Carluxo sumia do mapa.

Já foi dito aqui o plano da extrema direita de priorizar  a maioria no Senado em 2026, denunciado no ICL pelo professor João César de Castro Rocha. Enquanto Bolsonaro só não foi indiciado duas vezes porque a Abin Paralela e a tentativa de golpe são a mesma coisa, Flávio ameaça o uso da força se o STF não aceitar indulto ao pai, Eduardo conspira contra o Brasil nos EUA e Carlos é indiciado.

Êta familiazinha...

O plano agora é candidatar esse mais novo indiciado do clã a senador por Santa Catarina (será permitido por lei?), estado mais reacionário do país onde ele é pule de dez para alimentar o projeto extremista, junto à bolsonarista Carolina de Toni (PL-SC). Flávio certamente concorrerá à reeleição no Rio e o traficante de madeira de lei, Ricardo Salles, concorre por SP. Já o violento Guilherme Derrite sai pelo PP também para SP.

Se não acordarmos a tempo de impedir esse avanço dos bolsonaristas no Senado será tarde demais, e a extrema direita vai realizar seu sonho de consumo de controlar o Judiciário, à la Viktor Órban (na foto com Bolsonaro). 

Tragédia quase impossível de ser evitada...