O bote da extrema direita

 

A oposição, sobretudo da extrema direita, deve estar rindo a toa. Ela não conseguiu vencer as eleições de 2022, porém, tem avançado na missão de desacreditar Lula e seu governo para dar o bote em 2026. Suas armas são o orçamento secreto – que perpetua deputados que alimentam suas bases com o dinheiro público, sem transparência – e as bem sucedidas campanhas sujas na redes sociais.

Estratégias que se retroalimentam. 

Já a tese de Francis Fukuyama é esclarecedora:

“No Brasil, a satisfação com a democracia aumentou no primeiro governo de Lula (2003-2010), quando o boom das commodities permitiu um crescimento econômico sustentado e políticas sociais inovadoras reduziram a pobreza. Após a recessão econômica de 2013–2015, porém, essa satisfação caiu drasticamente e o país viveu o retrocesso democrático de Bolsonaro (2019–2022).”

Pois bem, os ataques começaram pelo pilantra – mais que moleque – Nikolas Ferreira (PFL-MG) ao Pix, projeto com erros de divulgação pelo governo, é verdade. Depois veio o INSS, iniciado no governo Bolsonaro e não tratado com o devido rigor por Lula, também é verdade.

Seguido pelo sequestro do orçamento pelo Congresso, outra estratégia criada no governo anterior.

Temos assistido ao duelo entre Executivo e Legislativo, que não quer abrir mão das vantagens com os milhões do orçamento secreto. Fora o falso discurso da necessidade de corte de gastos, quando os deputados só fazem defender seus privilégios – como a proposta para autorizar acúmulo de salário e aposentaria especial. E aumento de 513 para 531 parlamentares, na contramão do planeta.

Como disse o sociólogo Marcelo Medeiros, “o Congresso atua como sindicato dos ricos”.

Conforme dados do colega Carlos Franco, o BPC é de R$ 30 bilhões; o Bolsa Família, R$ 14 bi; as universidades federais, R$ 5,5 bi; a Farmácia Popular, R$ 3,4 bi: a Lei Rouanet, R$ 2,5 bi e o Samu, R$ 1,7 bi. Somados, são R$ 60,8 bilhões. Já o custo com as Forças Armadas: R$ 86,8 bi; benefícios fiscais para empresas até agosto, R$ 97,7 bi; emendas parlamentares em 2024: R$ 44,67 bi. Soma: R$ 229,17 bi.

E a Fazenda divulgou o custa dos incentivos fiscais: R$546 bi.

O pior é que um governo voltado para o povo não é reconhecido como tal, como atestam as pesquisas de opinião. E assim, a extrema direita se conforma com a provável prisão de Bolsonaro e só espera a sua hora e vez de substituí-lo...

O capitão Tarcísio de Freitas, um dos mais cotados ao cargo, já criou 132 escolas cívico-militares em SP, maior colégio eleitoral do país. O projeto é chegar a 302, com PMs travestidos de professores e salários maiores do que os dos mestres. O país, por sinal, está se infestando delas (foto).

É o avanço dos militares para voltar ao poder, junto a outras frentes da extrema direita, as mesmas de sempre: o agro, o mercado financeiro e parlamentares bolsonaristas.