Obstrução pode acelerar prisão de Bolsonaro

 

Tentativas de obstrução de justiça ainda não confirmadas podem antecipar a prisão de Bolsonaro. Para maiores esclarecimentos, o ministro Alexandre de Moraes determinou à PF que ouça os advogados Fábio Wajngarten e Paulo Cunha Bueno (ambos na foto), da defesa do ex-presidente, o que vai ocorrer na próxima terça-feira.

Moraes fez a solicitação após a defesa do ex-faz tudo, Mauro Cid, entregar à PF documentos que poderiam indicar tentativas de interferência no julgamento através de contatos dos advogados citados com familiares de Cid.

Também será ouvido Eduardo Kuntz, defensor do ex-assessor do Inelegível, Marcelo Câmara – que voltou a ser preso na semana passada por tentar obter informações sobre a delação do ex-Faz Tudo – por suposta sugestão à filha adolescente de Cid de apagar conversas no WhatsApp que comprometessem seu cliente, do período em que seu pai estava preso.

Os advogados de Cid também acusam Kuntz e Paulo Cunha Bueno de pressionarem Agnes, mãe do ex-Faz Tudo, durante eventos na Hípica de São Paulo. A iniciativa visaria influenciar na troca de representação jurídica de Mauro Cid, enquanto Wajngarten, desligado da defesa do ex-presidente em julho de 2023, teria tentado contato com a mulher e a filha adolescente do tenente coronel.

Em sua decisão, Moraes – que também solicitou à PF que os dados do celular da filha de Cid sejam incluídos no processo - sustenta que “as condutas narradas à autoridade policial indicam a prática do delito de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.

Kuntz confirmou seu contato com a família de Cid à CNN, embora negue tentativa de interferir no processo judicial. O advogado de Câmara admitiu ter tentado influir para que a filha de Cid participasse de um concurso de equitação, mas negou segundas intenções. Então tá...  

Resta saber se, assim como Marcelo Câmara voltou à prisão, as novas diligências possam acelerar a detenção de Bolsonaro.