PF liga Bolsonaro à Abin Paralela

 

A PF indiciou, na última terça-feira, Bolsonaro, seu filho Carlos e Alexandre Ramagem (PL-RJ), entre outros 35, pelo suposto esquema de arapongagem para monitorar inimigos políticos montado pela Abin paralela, via a ferramenta israelense First Mile.

Mais do que isso, as investigações apreenderam uma gravação no computador de Ramagem em janeiro de 2024, sobre um encontro no Palácio do Planalto, em 25 de agosto de 2020, para discutir supostas irregularidades entre os auditores da Receita Federal que levantaram as ‘rachadinhas’ do então deputado Flávio Bolsonaro.

Na gravação, até agora inédita, Ramagem disse que "seria necessário a instauração de procedimento administrativo contra os auditores, visando anular a investigação, bem como retirar alguns auditores de seus respectivos cargos".

A PF também levantou informações sobre o uso da estrutura da Abin para monitorar os auditores da Receita Federal do Brasil, responsáveis pelo relatório de inteligência fiscal (Rif) que levou à investigação sobre o desvio de parte dos salários dos funcionários da Alerj, as tais ‘rachadinhas'.

A ideia era “'encontrar podres sobre os auditores", segundo despacho de Alexandre de Moraes (sempre ele), para descredibilizá-los na denúncia contra o filho 01. O relatório final da PF aponta Bolsonaro como líder da organização criminosa montada em 2019, com a ascensão de Ramagem no comando da Abin por influência de Carluxo.

A organização criminosa também era integrada por gente do chamado "Gabinete do Ódio", como Tércio Arnaud Thomaz e José Matheus Salles Gomes, o “Zueiro”, além de policiais federais já afastados de suas funções.

Embora o Inelegível fosse apontado como principal destinatário das ações da Abin Paralela - esquema de monitoramento de adversários do governo anterior que teria sido montado por Carlos -, ele não foi indiciado por responder pela mesma acusação ao STF sobre a trama golpista.  

Donde se conclui que quanto mais se mexe no clã, maior o fedor. As denúncias sobre as irregularidades cometidas durante os quatro anos de gestão Bolsonaro parecem não ter fim...Seja para abafar os podres da famiglia ou pelas ações contra a democracia, para prolongar o governo do Inelegível e impedir a posse de Lula.