Mentiras que viram verdades

 

Após a arrogância da carta de Trump a Bolsonaro – “Eu vi o terrível tratamento que você está recebendo de um sistema injusto (...) Este julgamento deve terminar imediatamente! – e da traição de Eduardo, que legitima e assume o tarifaço, o ministro Alexandre de Moraes reagiu.

Obrigou o uso de tornozeleira eletrônica pelo réu, além de outras medidas cautelares – como proibir o uso de redes sociais e de se comunicar com o filho que acarretou o tarifaço – diante de algo que estava na cara: o risco de fuga.

E, ontem à noite, o secretário Marco Rubio revogou o visto a Alexandre de Moraes - o “gangster de toga”, segundo Dudu -, de seus familiares e juízes aliados nas ações contra os direitos humanos, quando os EUA atacam os direitos humanos dia sim e outro também. Moraes lixou-se: "Sempre teremos Paris", parafraseou o filme Casablanca, de 1942.

O que mais espanta é a distorção das palavras e fatos, como se verdade e mentira tivessem o mesmo sentido. Eduardo chamou a tornozeleira eletrônica de “ataque à democracia”, quando o real ataque à democracia foi a tentativa de golpe, ainda em curso, somada à trama da dupla pela “liberdade”.

Liberdade de quem? Do ex-presidente. Ou, em caso contrário, todo o país seria submetido a medidas que podem trazer desemprego e sérios prejuízos à nossa economia. É a mais óbvia traição à pátria, considerada heroica pelo autor, como se o Brasil devesse se ajoelhar pela liberdade de seu pai. 

Já em sua carta a Bolsonaro, Trump transformou o ex-presidente em líder nas pesquisas, outra mentira. Mas o que é verdade para ele? Basta dizer que transformou o superávit dos EUA em relação ao Brasil (que cresceu 500% no último ano) em sanções econômicas ao ex-aliado de 250 anos.

Qual seria seu real foco? Os Brics (dizer que são ameaça ao dólar é outra mentira)? Atacar ameaças às big techs? Ou plantar um capacho no governo brasileiro? Impossível saber, porque, além de rei das cortinas de fumaça, talvez nem ele próprio - como criança mimada - saiba o que quer.

Enquanto as intenções de Dudu Bananinha são tão óbvias quanto limitadas: transformar a liberdade no Brasil – como se não a tivéssemos – em liberdade do papai. Só não dá para dizer que eles subestimam a inteligência dos brasileiros, porque muitos ainda acreditam em suas mentiras.