O 'chanceler do bolsonarismo'

 

Injusto atribuir só a Eduardo Bolsonaro o tarifaço imposto por Donald Trump pelo fim da ‘caça às bruxas’, que poderia levar seu pai à prisão e criminalizar o STF brasileiro. O PL de Bolsonaro pagou R$ 600 mil com dinheiro público do “fundão” ao escritório do advogado Sérgio Henrique Cabral Sant’Ana (foto), sócio de Dudu, para participar dessa e de outras tramoias. Em prestações, Sant’Ana recebeu os pagamentos através da sociedade individual de advocacia que compartilha endereço, telefone e meios digitais com o Instituto Conservador-Liberal, associação fundada pelo advogado junto com Bananinha. O PL justifica o pagamento a Sant’Ana por sua "assessoria jurídica" à bancada do partido na CPMI do 8 de Janeiro, à Liderança da Oposição e às comissões parlamentares de Constituição e Justiça e de Educação. O advogado teria produzido pareceres sobre projetos como o hediondo PL do aborto, além de alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Na época em que recebeu os pagamentos, Sant’Ana se envolveu com articulações internacionais da extrema direita, que o levaram a viagens a países como a Espanha e os Estados Unidos, que lhe valeram o codinome “chanceler do bolsonarismo”. No mesmo período em que ganhava R$ 50 mil mensais do PL – salário superior ao de Jair e Michelle pela sigla –, Sant’Ana liderou a organização de mais um CPAC, a conferência global da extrema direita, cujas edições brasileiras são produzidas pelo Instituto Conservador-Liberal, do qual ele é sócio com Eduardo. Os recursos destinados a Sant’Ana resultam do apoio da máquina partidária do PL às articulações do filho 03 no exterior. Dos quais, aparentemente ele se orgulha, ao se expor à foto na visita à Heritage Foundation - think tank ultraconservador norte-americano - junto ao parceiro de todas as horas. (Fonte: Texto do jornalista Paulo Motoryn no Site Cartas Marcadas, do Intercept)