Assopra e morde?

 

Espantoso. Ontem reuniram-se na Paulista, em ato pró Bolsonaro – como pode que tenha gente que ainda defende a origem do tarifaço, capaz de provocar desemprego monstro? – 37,6 mil pessoas. Segundo as precisas estatísticas da USP, no horário de pico. Mais do que os 12,4 mil de 29 de junho.

Ou seja, termômetro pós tarifaço.

Bem menos, porém, que os 185 mil de 24 de fevereiro de 2024, menos também que os 44,9 mil de 6 de abril, quando Bolsonaro virou réu pelo STF.

O ex-presidente não pôde participar pelas medidas cautelares. Quem arrastou a trempa de gente foi o pastor Silas Malacheia – porque ele sabe o quanto seu próprio destino depende do que acontecer ao aliado já à beira da cadeia. Movidos pela bandeira americana (foto), dá para acreditar?

E, apesar de desconfortável ao Centrão e à extrema direita, Eduardo Bolsonaro também manteve-se em segundo lugar na corrida para 2026, após Tarcísio, conforme pesquisa da Quaest de 17 de julho. O primeiro, incitou o governo Trump a taxar o Brasil se seu pai não for anistiado.

E o segundo, ficou entre a cruz e a caldeirinha, entre manter o apoio de criatura ao criador ou atender aos anseios dos empresários paulistas, os mais prejudicados do país pelas sanções de Donald Trump.

É de cair o queixo como essa gente é incapaz de enxergar!

Ontem conferimos aqui o esclarecimento da deputada Tábata Amaral (PSB-SP) sobre a origem dos ataques de Trump ao Pix. Já suas críticas ao desmatamento – logo ele...- são explicadas pelo levantamento do estudo “Como o agro brasileiro se beneficia do desmatamento?", de 2022, do Instituto Escolhas.

Segundo ele, de 2011 a 2014 o desmatamento provocou uma queda de 5% do hectare no território nacional, “dinheiro que os produtores deixam de gastar, barateando suas operações”, observa o colunista Lauro jardim. Portanto, o que incomoda o líder americano são os preços mais competitivos provocados por essa queda de valor.

A soja, por exemplo, ficou 4,5% mais barata em 2017, em sintonia com a desvalorização das terras. E Trump, negacionista que se lixa para o aquecimento global ou para as questões ambientais, se preocupa é com o bolso dos produtores agrícolas norte-americanos.

Aliás, qual será a sua posição após um fim de semana jogando golfe na Virgínia (após mentir que ficaria na Casa Branca trabalhando)?. Nesses últimos dias para se definir sobre o tarifaço do Brasil e de todos que ele envia a faca no pescoço? Algo me diz que o resultado de suas partidas está diretamente ligado à sua decisão final...E nós, à mercê...

No mais, escandalosa a resposta do diretor do Banco Bradesco, Marcelo Noronha, à lei Magnitsky, imposta por Trump ao ministro Alexandre de Moraes: “Não discutimos a lei, nós cumprimos a lei”. Vendido! “Não somos colônia”, reagiu o deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara.          .   C