Barroso entrega o ouro ao bandido

 

Coincide que no momento em que mais precisamos prestigiar o STF – sobretudo os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, pelos ataques sofridos de Donaldo Trump – seu presidente, Luís Roberto Barroso, entrega o ouro ao bandido.

Ele abriu caminho ao Congresso para autorizar a anistia sem que o STF a reverta, ao sustentar que, após o julgamento, a anistia passa a ser uma questão política, portanto, da alçada do Congresso. Após dizer o óbvio, que não se pode defender anistia antes do julgamento.

Forja ares de verdade à mentira. Porque o campo democrático espera que Corte consolide o entendimento constitucional de que não pode haver perdão a crimes contra o estado Democrático de Direito - que estão em julgamento.

Barroso teria ‘aberto as pernas’, em palestra na casa do inimigo, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, a Aprosoja-MT, que patrocinou a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), de extremistas do MAGA-trumpismo, organizada por Eduardo Bolsonaro.

Lucas Costa Beber, seu presidente, foi indiciado pela CPMI do 8/1 por associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. E vem a ser filho de Sinar Costa Beber, dono de caminhões que participaram do bloqueio de rodovias após as eleições de 2022.

O comentário é festejado por bolsonaristas como aceno à manutenção, pelo STF, à aprovação de uma eventual anistia pelo Congresso. Ou seja, mais um golpe.

Detalhe: antes de ir para o STF, em 2013, Barroso adquiriu, à vista, em hipoteca, um apartamento na ilha de Key Biscayne, em Miami, avaliado em US$ 4,1 milhões (R$ 21 milhões). A transação foi formalizada pela empresa offshore Telube Florida, nome formado pelas iniciais da família do ministro.

O imóvel, de 158 m², fica no condomínio Oceana, de frente para o mar. Até pouco tempo, o apartamento era usado pelo filho de Barroso, o banqueiro Bernardo Van Brussel Barroso, diretor associado do banco BTG Pactual.

Bernardo desistiu de voltar aos EUA, temendo o que possa acontecer a ele após a decisão de Trump de suspender os vistos de oito ministros do STF, entre eles Barroso.

Se Barroso for alvo da Lei Magnitsky, o imóvel pode ficar indisponível para uso, segundo o advogado especialista em direito internacional, Pablo Sukiennik - mesmo que não esteja em nome do ministro. Lamentável para ele... 

Pior, contudo, seria o STF abrir mão de sua prerrogativa em cancelar uma anistia do Congresso aos golpistas – sobretudo a Bolsonaro – em nome de interesses do presidente da Corte. O que não deixa de ser parecido com o clã defender o tarifaço de Trump para salvar o próprio pescoço.

(Fonte: Come Ananas e Portal Metropoles)