Bolsonaro é preso em casa após forçar a barra

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Quem guardou o espumante para estourar na prisão de Bolsonaro já pode tirá-lo da geladeira. Ontem o ex-presidente recebeu ordem de prisão domiciliar pelo ministro Alexandre de Moraes, por descumprimento de medidas cautelares, ao postar nas redes sociais (a restrição também vale para redes de terceiros). Houve ainda apreensão de seu celular pela PF.

O cerceamento da liberdade do Inelegível tem se dado a prestações. Moraes já havia determinado o uso de tornozeleira eletrônica – diante do óbvio risco de fuga, como ocorreu com a aliada Carla Zambelli. A próxima etapa é a prisão domiciliar virar prisão para valer pela tentativa de golpe.

A defesa do ex-presidente promete recorrer. Neste caso, a decisão de Moraes será levada ao pleno da Primeira Turma, que julga os atos golpistas pelo STF. E, depois que Donald Trump entrou no jogo, o comportamento de Bolsonaro como um cordeirinho voltou a sua verdadeira face.

Moraes mostrou que Flávio sabia o que fazia por que removeu a postagem para "omitir a transgressão". Está na cara que a provocação, que devia trazer problemas, era endereçada a Trump, o mais novo aliado na enésima tentativa de golpe.

O motivo da detenção foi o vídeo postado nas redes pelo filho Flávio no perfil “Negona do Bolsonaro”, da suplente de vereadora Vanessa Silva Oliveira, autodeclarada a mulher 01 do Bolsonaro no Rio de Janeiro. Nele, seu pai se dirige aos manifestantes em ato convocado domingo contra o STF na Praia de Copacabana: “De casa acompanhando. Obrigado a todos. Pela nossa liberdade. Jair Bolsonaro".

O vídeo foi apagado horas depois por Flávio, que alegou "insegurança jurídica”. Já era tarde, porém. Para ministros da Corte, a iniciativa do parlamentar já violaria as restrições impostas ao pai, proibido por Moraes de usar as redes sociais, sob pena de imediata decretação da prisão.

Por que esta é sua ferramenta de mobilização.

A decisão do ministro do STF foi tomada por "reiterado descumprimento de medidas cautelares". Ele acrescentou ainda que a participação do ex-presidente foi "dissimulada" e demonstrou "conduta ilícita".

E no domingo, pouco após o vídeo ser deletado, o ex-presidente voltou a provocar seu 'algoz', com imagens também postadas onde ele recarregava a bateria da tornozeleira eletrônica (foto) – outra de suas tentativas de se vitimizar.

Moraes deixa claro que não vai se intimidar pelas sanções de Trump, como a imposição da Lei Magnitsky, cujo autor – Sir William Brodwer – criticou sua aplicação no ministro do STF, porque ela foi criada contra terroristas e corruptos

O clã já escalou o discurso de perseguição. Qual será a reação do aloprado presidente dos EUA? O que importa é que a Justiça foi cumprida. Eles sabiam que infringiam as medidas cautelares. Resolveram pagar para ver...e se deram mal (ou bem, por que esse seria o plano?).