O teatro dos governadores de direita

 

Quando Carlos Bolsonaro xingou de” ratos” os governadores da direita – Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado  (GO), Ratinho Júnior (PR), Romeo Zema (MG) e Eduardo Leite (RS) - que, sequer reagiram, graças ao acordo selado pelos 40% do espólio eleitoral do seu pai. Eles podem até detestá-lo. O combinado, porém, era fingirem o contrário.

A ira de Carluxo ainda foi compartilhada em postagens nas redes do irmão Eduardo, o traíra que nos enfiou goela abaixo o tarifaço de 50% de Donald Trump e ainda embolsa o salário de deputado, sem dar as caras na Câmara Federal.

Segundo a Revista Fórum, nos eventos em que os cinco comparecerem, daqui para a frente, eles devem repetir – só se perguntados – que “é uma vergonha Bolsonaro não estar na eleição” e que ele “é o líder da direita brasileira”. 

A origem do acesso de cólera da familicia real da extrema direita os governadores – postulantes da candidatura à presidência em 2026 -, foi o pacto firmado, na situação crítica de Bolsonaro, agora à beira do cadafalso. Que pode ser acelerado com as novas investigações da PF.

A maioria, talvez até todos eles, torce pela rápida decisão do STF pela prisão do Inelegível. Só querem os votos de Bolsonaro e entenderam que para isso terão de continuar ‘bolsonaristas’, apesar da repugnância que possam sentir.

Sabem, afinal, que sempre que Bolsonaro ataca alguém, a pessoa cai em desgraça. Como foi o caso de Joice Hasselmann, que sequer conseguiu se reeleger deputada, ou de Carla Zambelli - apontada como causa da derrota em 2022, ao sair armada atrás de um jornalista negro antes do segundo turno -, em maus lençóis com a polícia italiana.

A última decisão selada entre Flávio Bolsonaro e a extrema direita internacional - conforme o professor João Cezar Costa Rocha - é a de não reconhecimento dos resultados eleitorais de 2026 se se pai não estiver no páreo. E o ex-presidente não vai reconhecer nenhum desses governadores como seu sucessor.

Do outro lado, a ideia é apagar gradativamente as luzes do mi(n)to, para que seus eleitores se decidam por uma destas cinco estrelas de luzes também apagadas.