Quando bandidos viram mocinhos

 


Sabe os filmes de mocinho e bandido? Era tão claro quem era quem, que podíamos nos entregar à torcida por nossos heróis sem hesitar. Agora, em tempos de pós-verdade, tudo ficou turvo. Os EUA cometem atrocidades contra imigrantes, base da pirâmide norte-americana, atacam o Irã, mantêm a aliança com Bibi Netanyahu – rei das infrações aos direitos humanos – e massacram a pacífica  democracia do Brasil? Como se ameaçássemos a segurança deles?

Sabemos que o que está por trás de tudo são os interesses dos milionários das big techs na tal liberdade que permite a ação de pedófilos – como o presidente americano – e assassinos, sem nenhuma restrição. E nas nossas terras raras, para suprir suas necessidades tecnológicas.

Como bem definiu o colunista Bernardo Mello Franco, o governo americano vê o Brasil por uma lente invertida:  transforma acusados em acusadores, golpistas em democratas.

Aparentemente, se havia alguma dúvida sobre o papel de Bananinha no tarifaço e na Lei Magnitsky – cujo autor declarou que a aplicação por Trump ao ministro Alexandre de Moraes é totalmente equivocada, o que só a enfraquece –, agora temos certeza. E o que mais assusta nas pesquisas de opinião é que 57% condenam as tarifas impostas por Trump, enquanto 36% as aprovam.

Como aprovar uma medida que vai turbinar o desemprego no Brasil, pela anistia a golpistas que não vão escapar da cadeia e apelam para esse Tio Sam inconstante e imprevisível num golpe sequencial? Autor de um cataclisma na ordem mundial sem que alguém seja capaz de detê-lo?

Sabemos também que Trump se lixa para Bolsonaro, o que o preocupa é ter um regime adversário – cada vez mais adversário por tudo o que ele está fazendo – ao invés de aliados de extrema direita num país gigante como o Brasil.

A pancada pode ser a perda do Congresso para os democratas nas eleições de meio de ano em 2026. Quem garante, porém, que Trump não irá fraudá-las, enquanto essas bestas feras do MAGA (Make America Great Again) impõem sua lógica torta de dominação, em predatório movimento neo-colonislista?

Bem fez o grande Alexandre de Morais ao se referir, ontem, aos Bolsonaro, como milicianos, golpistas e traidores da pátria (sem citá-los). Mistura de ignorância com egoísmo, oportunismo e bandidagem, que parece sem solução.

Ontem Trump ampliou a data do nosso cadafalso para 7 de agosto e até disse que o presidente do Brasil (sem nome) pode ligar para ele quando quiser, abrindo possíveis negociações só existentes entre empresários brasileiros e norte-americanos. Também porque Dudu e o neto do ditador que mama nas tetas dos EUA fizeram de tudo para bloquear o diálogo entre os senadores brasileiros e autoridades norte-americanas.

Será que ainda há chances que os bandidos e os mocinhos assumam seus verdadeiros papeis e possamos sair desse filme aliviados com um final feliz?        

Comentários

  1. Mindinho Veríssimo
    Antes parecia que as coisas aconteciam de forma camuflada, hoje está escancarado . É o momento do pós -verdade, eles dizem sobre o outro aquilo que são, invertem...

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    1. Verdade, em 64 os americanos participaram do golpe na encolha, agora perderam a vergonha de disfarçar

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  2. Mindinho Veríssimo
    Nos livrinhos que li, no final os bandidos iam presos ou mortos.

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  3. Mario Sergio Salv
    É pra rir!
    Kkkkkkkkkkkkkk

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  4. Bom dia Celina, acabei de ler. Parabéns mais uma vez .
    Há uma coisa que talvez esteja errada segundo uma reportagem sobre a pesquisa a respeito da opinião das pessoas sobre o tarifaço.
    Segundo o que assisti na matéria há um percentual de neutros o que deixaria o percentual dos que apoiam em 28% se não me falha a memória.
    Isso anima não que deixe de ser assustador que haja pessoas que concordem.

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  5. Mindinho Veríssimo
    Nos bolsilivros de outrora, ao lado dos de faroeste, tinha até da espiã brigitte montfort, CIA, que era belíssima. Hehehe, a aparência da personagem foi baseada numa carioca. Autor Lou Carrigan. Até ela hoje estaria contra o Trump.

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    1. Ouvi falar demais na Brigitte Montfort...

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    2. Mindinho Veríssimo
      Celina Côrtes de vez em quando, falando com um irmão em especial, sai uma referência para a " baby". E depois ninguém fala da importância da leitura e literatura.

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