Câmara vira casa da bandidagem

 

Após passar pela humilhação de sequer conseguir chegar a sua cadeira, na obstrução dos bolsonaristas no início de agosto, e de ser ameaçado com sanções pelo traíra Eduardo Bolsonaro, agora Hugo Motta cogita ceder à manobra de Bananinha.

Mais que covardia, é falta de dignidade.

Como se sabe, Dudu tirou 120 dias de licença para tramar a favor de seu pai e contra o Brasil. E passou a correr o risco de perder o mandato por ausências não justificadas. Só que se ele assumisse a liderança da minoria – ocupado pela bolsonarista Caroline de Toni – suas ausências seriam “missão autorizada”.

Conforme Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, as ausências passariam a ser “ausência justificada, não de abono de faltas”, prerrogativa da Casa para qualquer tipo de líder.

De Toni já deixou o cargo para abrir caminho a Eduardo, enquanto a bancada do PL oficializou na terça-feira a nomeação do 03 como novo líder da minoria na Câmara.

Mais que uma Câmara de parlamentares, a casa legislativa vira Casa de bandidos. O PT e o PSOL já reagiram à barbárie, ambos vão recorrer contra a decisão na Câmara e no STF. E olha que nem falei da PEC da blindagem, aprovada ontem.

Enquanto isso, aquele ex-presidente que agitava multidões  entrega-se aos problemas de saúde – os únicos que podem garantir, ao menos, a continuidade de sua prisão domiciliar.

E, em relação a novas ameaças dos EUA após a sentença do STF , Bolsonaro se move nos bastidores para evitar que elas aconteçam. O mais provável seria a extensão da Lei Magnitsky aos demais magistrados que o julgaram.

Só que o capitão – que agora busca sua terceira anistia, depois que o Supremo Tribunal Militar passou a mão em sua cabeça pelo planejamento de explodir o Guandu e o Augusto Aras normalizou sua criminosa condução da pandemia da Covid -19 – teme que o castigo se volte contra ele.

Porque as chances do STF decidir mandá-lo para a Papuda cresceriam exponencialmente. Não é ficção o que assistimos, e sim a continuidade da trama golpista que não acaba nunca.

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