A milícia manda no Rio de Janeiro

 

O crime no Rio de Janeiro é chefiado de dentro da polícia. O caso Marielle, por exemplo, só foi resolvido quando Bolsonaro saiu do poder, pela PF de Lula. Um dos autores era o delegado chefe da Polícia Civil. Não se chega a cargo de chefia na polícia do Rio sem a bênção do crime organizado.

As milícias financiam os políticos, o que antes era feito pelo jogo do bicho. Só que hoje a milícia tem muito mais poder que o jogo do bicho. Tanto que Rogério Andrade, chefão do bicho, passou a ter problemas diários com a polícia. 

Um governador eleito com apoio da milícia tem que retribuir.  (Isso explica Flávio Bolsonaro ter dado a medalha Tiradentes ao miliciano e ex-capitão do Bope, Adriano Nóbrega, quando deputado). Aí o Comando Vermelho começa a ocupar território do Rio, antes ocupado em cerca de 60% pela milícia. E ela cobra uma reação do governador.

Castro (com aquela cara de santo) dá então uma cacetada no CV. A Operação Contenção não foi para resolver o problema da criminalidade, porque o espaço da favela ficou vago, a polícia foi lá, matou e foi embora. A favela vai ser ocupada novamente, mais provavelmente pela milícia.

Um dos principais objetivos dessa operação foi ajudar a milícia a recuperar seu território. Os cargos de poder na polícia também são indicados pelas milícias, e os policiais que sabem disso não falam porque morreriam no mesmo dia.

A direita no Rio é eleita com apoio da milícia, Bolsonaro tinha vínculos com a milícia, e Cláudio Castro está envolvido até o pescoço com a milícia. Não pode dar um passo sem a bênção do crime organizado. E a direita precisou ressuscitar a pauta da segurança, seu ponto forte, porque na pauta da Economia o Lula está ganhando, assim como no tarifaço de Trump.

Com sua matança, Castro matou dois coelhos com uma paulada só. Devolveu à milícia o território invadido pelo CV e recuperou a pauta da segurança para a direita. 

Além disso, ele está para ser cassado pelo TSE por fraudes milionárias, totalmente atolado. E já foi autorizado por Alexandre de Moraes a visitar Bolsonaro (prestes a ser preso), assim como Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite.

E mais. A direita quer classificar traficante como terrorista, não fala nada da milícia. Para a população do Rio, a milícia é pior que o tráfico. Onde tem uma padaria ou qualquer comércio o tráfico não interfere, a milícia, extorque.

(Fonte: comentarista político Eduardo Tavares)