Castro se enrola mais com Master

 

Enquanto posa de paladino da segurança – desde a matança de 121 nos complexos da Penha e do Alemão –, Cláudio Castro tem vivido fortes emoções. Segunda-feira, convocou prefeitos e representantes de 12 municípios para anunciar a remoção de 13.604 barreiras impostas pelo tráfico.

(Sua motivação seria recuperar o espaço perdido da milícia?).

E assim, com pompa e circunstância, tentava corrigir o óbvio lapso de invadir as comunidades e, no dia seguinte, abandoná-las à própria sorte.

Ontem, porém, o governador do Rio foi atingido por um petardo. O investimento no Master de R$ 960 milhões, entre 2023 e 2024, pelo Rioprovidência, apesar das recomendações contrárias do TCE. Como se sabe, Daniel Vorcaro, seu controlador, foi preso ontem pela PF por suposta tentativa de fuga e o Master, liquidado extrajudicialmente pelo BC.

E agora, quem vai bancar o prejuízo dos mais de 235 mil servidores do Estado do Rio de Janeiro?

Para analistas, é sempre recomendável diversificar os investimentos para evitar riscos. E Castro fez justamente o contrário, atraído pela oferta do Master de investimentos com 130% acima do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Segundo a colunista Malu Gaspar, descobriu-se que a cúpula do Banco Master, junto com a do estatal BRB, fabricaram ao menos 20 títulos de créditos inexistentes para justificar a transferência de R$ 12,2 bilhões do BRB para o Master, entre janeiro e maio de 2025, através de falsificações grosseiras.

Enquanto isso, Castro aguarda a continuação do julgamento do TSE – iniciado em 4 de novembro - que pode levar à cassação do seu mandato. Nele, a ministra relatora, Isabel Gallotti, votou pela cassação e sua inelegibilidade por oito anos, suspenso pelo pedido de vista do ministro Antonio Carlos Ferreira. Antes, Castro fora absolvido pelo TRE-RJ.

O cantor de gospel gago foi parar no PSC de Wilson Witzel – impichado por suspeita de corrupção -, de quem era vice e assumiu o mandato de governador. Sua reeleição foi turbinada pela folha de pagamento paralela a 18 mil contratados de forma temporária pela Ceperj e Uerj, ou R$ 519 milhões  – a causa em julgamento, da qual, apesar das provas, ele tem conseguido escapar feito uma enguia.