EUA lavam dinheiro e vendem armas ilegais

 

Muito mais do que nossas Terras Raras, Lula levará à mesa de negociação com Donald Trump temas que são nitroglicerina pura. A operação da última quinta-feira da PF contra o Grupo Refit de Ricardo Magro - o maior devedor de impostos do Brasil –, revelou a lavagem de R$ 1 bilhão através de 15 offshores em Delaware, paraíso fiscal nos EUA.

Mais que isso, os mesmos traficantes cujos barcos o presidente americano tem abatido em mares sul americanos, recebem dos EUA armas ilegais. Ou seja, o paladino da justiça norte-americano tem um gigantesco telhado de vidro.

Horas antes de Trump anunciar que pode invadir a Venezuela por terra, ampliando sua política "contra as drogas" na América Latina, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelava em entrevista:

“As armas chegam ilegalmente ao Brasil em contêineres de lá (dos EUA), são peças de reposição e o próprio armamento. É fundamental impedir que esse armamento pesado chegue ao Brasil”, sustenta Haddad, que pediu a Robson Barreirinhas, secretário da Receita, um relatório com fotos desse material.

A declaração do ministro elucida o blefe da política "antidrogas" de Trump, que bombardeia barcos e trama invasões por terra a países ricos em petróleo - como a Venezuela - , sob o argumento de combater grupos "narcoterroristas" e impedir a entrada de drogas nos EUA.

Só que os EUA lucram tanto com a lavagem de dinheiro, quanto com o fornecimento de armas pesadas para as mesmas organizações criminosas que diz combater.

Tudo com a cumplicidade de grupos políticos que atuam pelo lobby armamentista e buscam transformar as facções - como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) - em organizações terroristas, para avalizar o bombardeio de barcos na Baía da Guanabara, como pediu recentemente o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O jogo envolve governadores de direita, como Tarcísio de Freitas, que apoiou a operação que matou 121 nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, para alçar a segurança ao debate da campanha pela presidência, "calcanhar de Aquiles" dos governos progressistas.

Dados de 2021 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime revelaram que havia no Brasil cerca de oito milhões de armas ilegais, mais da metade delas contrabandeada dos EUA. O estudo estimava que só no Rio de Janeiro chegam cerca de 4 mil armas por dia, sendo 25% delas, fuzis.

O armamento pesado abastece o luxo de "empresários" que vivem em mansões na Barra da Tijuca, na zona Sul do Rio, ou comandam clubes de tiros no rico interior de São Paulo.

(Fonte: Revista Fórum)

Chega de hipocrisia!