Ramagem foge para Miami

 

Alexandre Ramagem, o golpista condenado a 16 anos e um mês de prisão, quem diria, acabou em Miami. Ele deveria ter entregue seu passaporte e não tinha autorização para deixar o Brasil. Foi visto, porém, passeando com a mulher num condomínio na cidade paraíso dos brasileiros endinheirados.

O PSOL entrou com pedido de prisão imediata.

Imagine se o ex-todo poderoso diretor geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), candidato do PL a prefeito nas últimas eleições municipais, se submeteria a situações que limitassem a sua liberdade de ir e vir?

A resposta está aí: ele voou para os EUA, para aquela mesma região tão apreciada pelo ex-chefe Jair Bolsonaro e seu ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Ambos escafederam-se do Brasil antes do 8 de janeiro, para deixar bem claro que não tinham nada a ver com aquilo. Só que tinham.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, enquanto Torres vai pegar uma pena um pouco maior que a de Ramagem: 24 anos. Se  o inelegível não estivesse em prisão domiciliar – diante das evidências de risco de fuga -, imaginem onde ele não estaria agora?

A viagem de Ramagem também não foi liberada pela Câmara dos Deputados - teria inclusive acobertado, o que pode anular a votação do PL Antifacção -, que recebeu do parlamentar apenas atestados médicos assinados pelo próprio, de setembro a dezembro. Que esculhambação!

A direção do PL tampouco foi informada do passeio de última hora. Valdemar Costa Neto se mostrou surpreso em saber que Ramagem estava em Miami. É ao menos o que consta...

O delegado de polícia foi eleito deputado federal em 2022 com 59 170 votos, no rastro da influência bolsonarista. Mais um exemplo de como o brasileiro tem se equivocado em seus eleitos. Ele foi nomeado pelo ex-presidente diretor-geral da PF, decisão suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes pelo óbvio conchavo da nomeação.  

A condenação pela tentativa de golpe, em setembro, inclui a perda do mandato e do posto de delegado de polícia. Com sorte, entretanto, ele ainda prolonga muito a sua estadia nas terras do Tio Sam, como acontece com o réu Eduardo Bolsonaro e o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.

No mais, Trump retirou a tarifa extra em vários produtos, e cita Lula. Os bolsonaristas devem estar cortando os pulsos.