O efeito manifestação

O efeito manifestação já se faz sentir. Após o ato, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE, foto) se posicionou contra o PL da dosimetria, ao qual atribui “vícios insanáveis” e anunciou que votará pela rejeição total ao projeto.

“O texto do PL da Dosimetria carrega vícios insanáveis, em especial por afrouxar o tratamento penal para crimes diversos daqueles declarados pelos deputados. Vou apresentar voto em separado pela rejeição total do projeto, buscando a construção de soluções técnicas para o tema”, escreveu nas redes sociais.

A reação tem todo o jeito de ser resultada das manifestações de norte a sul do país domingo, em protesto contra a dosimetria, anistia, Hugo Motta, #congressoinimigodo povo.

Já o senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da CCJ do Senado, mostrou-se, no mínimo, mais cauteloso: “O PL (da Dosimetria) anula o PL Antifacção. Já preparei uma emenda para restringir o texto aos envolvidos na trama golpista”, promete, e completa: “ A Câmara virou um ajuntamento de pessoas sem a mínima noção do Brasil”.

Já o senador Espiridião Amin (PP-SC), relator do PL, mantém-se irredutível como defensor da anistia. Espera-se que nas próximas eleições ele pague o devido preço...

E quem também se manteve inabalável foi Paulinho da Farsa (Solidariedade-SP). Além de desqualificar os atos, disse ter visto um alcance maior na sua movimentação nas redes.

Compreensível, para quem teria conseguido arrastar até o ministro Alexandre de Moraes para a sua causa espúria, uma anistia fantasiada de dosimetria. Isso sem falar em Hugo Motta e Davi Alcolumbre, o que não chega a surpreender.

Até hoje chego a duvidar que, depois de tudo o que fez pela nossa democracia, da coragem com que manteve sua decisão – mesmo após toda a pressão de Donald Trump (será que a queda da Lei Magnitsky para ele e a mulher teve a ver com isso?) – Moraes tenha apoiado a dosimetria, desde que não se parecesse com anistia. Só que ambas são irmãs siamesas.

Cheguei a mandar perguntas ao gabinete do ministro ontem e sábado, sobre se ele tinha de fato se reunido com Paulinho, quando, onde e com que objetivo. Perguntei ainda sobre sua posição a respeito do contrato de sua mulher com o Master.

Até que se prove o contrário, continuarei a crer no relator do processo sobre as tramas golpistas. Seria compreensível que ele não se dirija a um pequeno blog como este, porém, já passou da hora de Alexandre de Moraes se manifestar.