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Da água para o vinho

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  Os que me leem conhecem minha indignação por essa criatura cujo nome começa por “B” e tomo todo a cuidado para não patrocinar. Por isso evito escrever esse nome fatídico. E, sempre que priorizo crimes como tentativa de golpe, roubo das joias das Arábias e falsificação de carnês de vacina alguém lembra: o pior de tudo foi a pandemia. Me lembro bem da sensação de asfixia naquela época. Não porque eu tivesse me contaminado – só tive a Covid depois da vacina, por isso foi leve -, e sim por conta do inacreditável desempenho do inelegível diante da crise sanitária. Primeiro negou sua existência, quando as mortes já começavam a se acumular. Depois agarrou-se a um medicamento incapaz de curar a doença, e ainda estimulou os então aliados militares a fabricar cloroquina a rodo. E fugiu dos insistentes contatos do laboratório Pfizer, cujas vacinas poderíamos ter adquirido a tempo de salvar muitas vidas. Sequência de negacionismos totalmente non sense . Talvez o pior momento tenha sido s

Raiz da crise das democracias

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  Fake news sempre existiram. Vide os planos Cohen da vida, que levou à instalação do Estado Novo em 1937. O fato novo, dessa segunda década do século XX, é a máquina que espalha mentiras – seja por amadores ou profissionais. Capaz de provocar impacto direto e imediato em milhões. A crise no Rio Grande do Sul concentra duas vertentes de desinformação, que deram origem a essa trágica pororoca que assistimos. Uma é sobre o negacionismo às mudanças climáticas e às toneladas de carbono na atmosfera. A outra, para desautorizar os trabalhos de resgate, tentativas de salvar vidas e de minimizar a tragédia. Curioso que isso ocorra justo no RS que, não por acaso, concentra um ativismo bolsonarista. Ativismo este representado pela mais sórdida desinformação. Espalhada pelos algoritmos. Como se sabe, o objetivo dos algoritmos é engajar o máximo de pessoas. Tudo o que chama atenção, tem sensacionalismo, controvérsias, verdades secretas das quais suspeitávamos, são as ferramentas para atra

Capitão zerou estoques de arroz

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  Não foi só a tentativa de golpe, os mortos na pandemia da Covid, a falsificação dos carnês de vacinação, o roubo das joias das Arábias e a devastação de nosso meio ambiente. Em meio à catástrofe do Rio Grande do Sul, ficamos sabendo que o inelegível também acabou com os estoques de arroz. Não. Não se trata de implicância ou perseguição. Conforme o site Agenda do Poder, estoques não só de arroz, como de feijão, trigo e café, são mantidos desde os anos 1960 para garantir o abastecimento em momentos de crise. E o que fez o capitão? Zerou os estoques até o ano de 2022, o que impede qualquer reabastecimento durante o período de 2023 e início de 2024. O esgotamento das reservas públicas de arroz foi oficializado em dezembro de 2022, no último mês do governo do mi(n)to. Por este motivo Lula acaba de autorizar a importação de 1 milhão de toneladas de arroz. Trata-se, portanto, de uma medida emergencial pela insuficiência de estoque destes grãos. Apesar de toda a tragédia ambiental, a

Bolsonaristas magoados com as FAs

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  Não vão participar do golpe com a gente? Então estamos de mal. Colaboram com a logística no Rio Grande do Sul durante o governo Lula? Então não prestam mais para nós. É mais ou menos por isso que os bolsonaristas têm disseminado  fake news que prejudicam os trabalhos de resgate e ajuda às vítimas da calamidade ambiental. Dá para acreditar num absurdo destes? É o que defendem cientistas políticos que têm analisado os discursos políticos nas redes. Eles observam que o movimento contra as Forças Armadas tem crescido de maneira constante entre os seguidores do inelegível. Seria inimaginável que a polarização política continuasse a crescer quando normalmente, diante de tragédias, a população tende a se unir em torno de uma causa. Nem assim... Magoei, é o que eles têm transmitido aos militares. São vozes de deputados bolsonaristas como Ricardo Salles, Carla Zambelli (mais suja que pau de galinheiro), Mario Frias e Luiz Philippe de Orleans, todos do PL-SP, que têm criticado o t

Na corda bamba

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  Circula entre autoridades judiciárias a máxima de que o estado do Rio é governado por um delegado que possui um dossiê com os podres do governador Claudio Castro. Sabe-se também que seu poder é limitado pelas denúncias que sofre. Só que na última segunda-feira o bicho começou a pegar feio para o vice do encrencado Wilson Witzel, que sequer conseguiu concluir seu mandato, foi substituído por Castro que venceu as eleições seguintes. Agora, o MPF pediu a cassação de Castro, seu vice, Thiago Pampolha e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar. São os primeiros cargos da linha sucessória do Estado. Pode ser o sexto governador afastado, depois de Moreira Franco, Garotinho, Rosinha, Sérgio Cabral e Pezão.  Ê karma... Na avaliação do MPF, Castro atuou nos ilícitos do Ceperj e da Uerj. No primeiro, houve uso excessivo de recursos públicos que turbinaram a fundação para beneficiar a chapa Castro-Pampolha e de Bacellar em ano eleitoral. Já a acusação sobre a Uerj foi a de que o governo d

Serviços prestados pela familiglia

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  A famiglia  continua a prestar inestimáveis serviços ao país. Primeiro Eduardo, o 03, postou nas redes a fake news de que o governo levou quatro dias para agir na tragédia do RS. Depois, o papai veio com essa inacreditável análise: “A problematização do clima (ainda não acordou para a realidade) realizada pela organização (?) é pura desinformação como meio de atingir um fim. Tudo orquestrado pelos gigantes (quem seriam eles, com o poder de promover tamanha calamidade) que exigem dos outros o que não cumprem. Inviabilizam o desenvolvimento de países com potencial garantido aos líderes dessas repúblicas (a culpa é toda do Lula) e sua manutenção no poder sob o custo de escravizar ainda mais o seu próprio povo.” Que tal? Será que a erisipela atingiu seu cérebro? Tem mais. Carluxo deu um toque extra ao negacionismo que levou ao atual cenário (alguma dúvida quanto a isso?), ao protocolar um projeto de lei que  proíbe a atuação de ONGs socioambientais   na cidade do Rio de Janeiro. Ah, ent

Políticos gaúchos turbinam destruição

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  Embora o governador Eduardo Leite (na foto, com  Lucas Redecker, ambos PSDB/RS)  não seja um bolsonarista assumido, sabe-se que ele aprovou, desde 2019, medidas que liberaram o corte das árvores nativas que antes protegiam as margens dos rios, em desmonte da legislação ambiental. A reforma do Código Ambiental do Rio Grande do Sul do governo de Eduardo Leite alterou ou eliminou 480 pontos da legislação para flexibilizar exigências, em alguns casos, e ou, permitir o autolicenciamentos, em outros. Por que Leite não pensou antes da tragédia acontecer?   Este ano, a bancada federal do Rio Grande do Sul não ficou atrás. Só Fernanda Melchionna (PSOL-RS), entre 34 gaúchos, destinou os recursos de emendas parlamentares à prevenção de desastres ambientais. Os campeões de votos, por sua vez, são da bancada ruralista, que se lixa para a preservação. Já o senador Luiz Carlos Heinze (PP/RS) fez um agrado ao agro ogro ao propor obras de irrigação em áreas de proteção permanente, texto que ago