Rabo preso nas delações premiadas
O último non
sense de Arthur Lira foi impor “urgência” ao projeto que jaz há oito anos
na Câmara Federal para invalidar as delações premiadas. Há quem justifique a
atitude como “vingança” pela aprovação no Senado do Mover sem o jabuti “Taxa
das Blusinhas” (depois aprovada).
Mais grave é o que está por trás dela. Além da óbvia tentativa de livrar a
cara do inelegível melando a delação do ex-faz tudo Mauro Cid – espinha dorsal
do inquérito que pode levar à prisão do ex-presidente -, o projeto interessa a
todo parlamentar alvo desse tipo de recurso jurídico.
Não são poucos.
A começar
pelo próprio Lira. Vários especialistas ouvidos pela mídia garantem que se o projeto
passar no Congresso não será retroativo, ou seja, não vai interferir em
delações anteriores, como a de Mauro Cid e de Ronnie Lessa, que desvendou os
mandantes do brutal assassinato de Marielle.
O
presidente da Câmara desdenhou do projeto do petista Wadih Damous, cujo objetivo era proteger alvos da Lava Jato, sobretudo Lula. Lira atribuiu sua inspiração à proposta do deputado Luciano Amaral (PV-AL) - melhor acomodado estaria no PL do inelegível –, que poderia ser retroativa.
Amaral fala em presos que delatam sob coação. Não sabe, porém, citar um só exemplo. Diz que seu projeto agrada da direita à esquerda. Significa que é acolhido pelos inúmeros parlamentares das duas tendências ideológicas.
Só não agrada ao povo. Por quê?
A delação
premiada é uma alternativa jurídica para atingir os crimes do colarinho branco, os
poderosos (como os políticos) e o crime organizado. Sem ela, como seria possível provar que o capitão
roubou as joias, falsificou os atestados de vacina e liderou a tentativa de
golpe?
Sem ela,
como seria possível descobrir, com um atraso de seis anos, que os mandantes do
assassinato de Marielle e Anderson seriam os irmãos Brazão?
Só que
hoje, diferente do que aconteceu na Lava Jato, as delações são exaustivamente
confrontadas com os fatos, depoimentos de terceiros, geolocalização e o
escambau. Não é apenas a palavra, como já foi na Lava Jato.
Quem se der
ao trabalho de conferir os votos a favor de invalidar as delações premiadas vai
encontrar muita gente cheia de culpa no cartório. É importante que eles saibam
que esse tipo de adesão pode lhes custar muito caro.
Não só o
mandato, como a própria liberdade.
Rogerio Zola Santiago
ResponderExcluirCambada contra o Brasil
Carlos Minc
ResponderExcluir🤔😔💪🏽🌲🦋💃💥🎸🌏🌻🪂🎸🦩🚴♀️👍🌷
Moises Augusto
ResponderExcluirO Brasil vive numa espécie de Parlamentarismo encubado, aonde políticos não eleitos para isso, torpedeiam o mandato do presidente eleito.
Temos o Congresso mais vagabundo da história democrática,temos um Bolsonarista no Banco Central minando o governo.
O Eleitor precisa entender isso é reagir na eleições.
Sim, Moises, pena que o que é claro para nós não seja para tanta gente
ExcluirJean Schleuderer
ResponderExcluirSeja Damous seja Lira o objetivo JAMAIS é a sociedade.
Sim, isso é bem óbvio
Excluirroque furtado
ResponderExcluirtexto preciso de Celina Côrtes.