Pastores viram cabos eleitorais

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Quando vi Pablo Lamaçal afirmar que “Nunca mais vou dar dízimo, nem a pau”, imaginei que os pastores evangélicos debandariam da sua candidatura. Não deu outra. A começar pela proibição de Silas Malacheia para que ele subisse no palanque do ato bolsonarista de Sete de Setembro.

Em 11 de agosto, o bispo Amaury de Farias (foto) exaltou a gestão de Nunes ao pregar na Igreja Mundial do Poder de Deus: “As ruas estão tranquilas, tarifa zero em São Paulo, que benção. Parabéns à prefeitura. Governador Tarcísio de Freitas, aproveita o exemplo do prefeito Ricardo Nunes.”

Quanto será que ele leva nessa?

Já o fundador da denominação, Valdemiro Santiago, pediu, no mesmo culto, a “conservação” do prefeito que, segundo o líder, “aprecia a obra de Deus”. Aproveitou para demonizar um candidato, sem citar nomes, que estaria defendendo a legalização da maconha.

Como lembra O Globo, as igrejas evangélicas vivem o clima eleitoral. Pastores defendem candidatos que comunguem de valores e interesses religiosos, mesmo com a proibição pela lei eleitoral da prática de campanhas em templos.

As vozes dos pastores também são amplificadas nas redes sociais, em transmissões ao vivo ou em publicações. Sugestões com nome e sobrenome se alternam a pedidos de orações para algum político. Espiritualidade & negócios...

Em 25 de agosto, por exemplo, o pastor Vanderlei Duarte, da Igreja Internacional da Graça de Deus, em Aracaju, mostrou conhecer o terreno das leis eleitorais, antes de apresentar a pastora Luciana Ribeiro, candidata do PL a vereadora:

“A igreja não pede voto, pede oração. Pessoal, agora é reta final, não é hora de escorregar. É hora de ir. Vamos ter uma representante da igreja na Câmara de Vereadores. Posso contar com vocês?", transmitiu seu recado pela internet.

Já na unidade de Cascavel (PR) da Igreja Mundial do Poder de Deus, o pastor Clemerson da Silva pediu votos em tom ameaçador a seu candidato a vereador, Misael Junior (PP): “Se não votar em Misael para vereador a fatura vai chegar.”

Já o pastor André Câmara, da Assembleia de Deus em São José dos Campos, abusou da criatividade, ao associar o pastor Edilvado Santos, candidato a vereador na cidade pelo PRD, ao transplante renal feito por ele para “filtrar o mal”...

Segundo Bruno Andrade, da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, só a citação de nomes dentro da igreja é considerada um pedido de voto expresso, o que é proibido pela legislação eleitoral.

Só que os pastores continuam a abusar da sorte, porque raramente são punidos. Enquanto usufruem dos resultados e lucros de suas apostas.

 


Comentários

  1. Jose Manuel Alves
    Essas seitas são a desgraça do Brasil

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  2. Francisco Denys
    Precisam ser punidos. Ou para que serve a Lei?

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  3. Dualo Viana
    São um bando de interesseiros canalhas

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  4. Rosangela Barbosa
    Imagem de Bolsonaro com Malafaia e Magno Malta e texto: Queridos, uma dica...não confiem em ninguém que mistura política com religião

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  5. Fatima Santos

    Fatima Santos
    Enquanto houver quem acredite... lamentável! Como está faltando raciocínio lógico!!

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  6. Luiz Sérgio Moreira
    Canalhas Asquerosos!!!

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  7. Vera Galvão
    Porcos imundos! que me perdoem os porcos pela comparação.

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  8. Sérgio Pereira Bispo
    O negócio em nome de tudo, uma melhorada na formação política e eleitoral beneficia a democracia.💛🇧🇷

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  9. Marialva Thereza Swioklo
    Canalhas sempre se entendem.

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  10. Evanise Arruda Neto
    Que tristeza!!! E a quantidade de falsos pastores cada dia aumenta mais 🥲

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  11. José Rios
    O negócio da fé tem duas regras e ética e não deixa concorrente entrar. O domínio das mentes mais fracas já tem donos. Mas é bom, muito bom, ver esse circo pegar fogo.

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