Candidatura de Amorim é indeferida pelo TRE-RJ

 

Prova viva de que os fluminenses não sabem votar – Rodrigo Amorim foi o deputado estadual mais votado em 2018 -, o bolsonarista da UB voltou a ter ontem o registro da sua candidatura a prefeito do Rio indeferido pelo TRE-RJ.

Amorim ficou conhecido ao quebrar a placa de Marielle, com o então candidato ao governo do Rio, Wilson Witzel – que sequer conseguiu resistir a um mandato – e o troglodita Daniel Silveira (foto), que pode passar ao regime semiaberto.

Só flores que não se cheiram...

Um dos marcos de sua campanha foi a confusão com alunos da PUC-Rio, a quem chamou de “usuários de drogas” e “socialistas de iPhone”, e ouviu “fascista”, “miliciano”.

Ontem, os desembargadores julgaram o recurso da coligação “O Rio merece mais”- que inclui os partidos PSOL/Rede/PCB - baseado na condenação prévia de Amorim por violência política de gênero, julgada em maio pelo próprio TRE-RJ.

Os desembargadores entenderam que o candidato do UB está inelegível devido à condenação anterior. Amorim vai recorrer, contudo, é improvável que consiga voltar à disputa às vésperas do pleito.

O Colegiado do Tribunal já tinha maioria na última terça-feira para indeferir a candidatura de Amorim. Só que o julgamento foi interrompido pelo pedido de vista do desembargador Fernando Cabral Filho.

A decisão final saiu ontem, por unanimidade.

E esta não foi a primeira decisão de indeferimento da Corte, já pedido em setembro, junto à determinação de devolução do dinheiro que foi usado na campanha, em decisão semelhante à condenação de Amorim por violência política de gênero.

Só que a juíza Maria Paula Galhardo, da 125ª Zona Eleitoral, deferiu o recurso da coligação do deputado, que argumentava que a decisão judicial que barrou a candidatura estaria suspensa por aguardar julgamento e ainda caber recursos.

A juíza tomou a decisão, portanto, porque a condenação ainda não havia transitado em julgado, filigrana jurídica que prolongou a disputa desse vaso ruim à prefeitura do Rio.

Em maio, Amorim já fora condenado pela Corte a um ano e quatro meses de serviços comunitários prestados à população em situação de rua e pagamento de 70 salários mínimos por ter ofendido a vereadora de Niterói, Benny Briolly (PSOL). A condenação o tornaria inelegível até 2032.

A Procuradoria Regional Eleitoral também fez denúncia pela “prática do crime de violência política de gênero contra a mulher”, resultada de seu discurso na Alerj, em 17 de maio de 2022, quando chamou Benny de “boi zebu” e “aberração da natureza”, pelo fato de ela ser trans.

Espera-se que dessa vez estejamos livres dessa praga, que sequer pontuou nas pesquisas de opinião.