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Mostrando postagens de setembro, 2024

A guerra ainda não acabou

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Saudosistas do X, tremei. Não deve ser antes das eleições e muito menos agora que a plataforma de Elon Musk será desbloqueada por Alexandre de Moraes. Segundo o Globo , o ministro exige agora o pagamento de uma multa de R$ 10 milhões pelo descumprimento de dois dias de bloqueio. Valores que podem ser até  peanuts para o bilionário. Incomodam, porém, aos sócios e investidores. Além disso, Moraes exige que o X informe, com concordância da Starlink , que os R$ 18,3 milhões bloqueados serão usados no pagamento de multas. E se a empresa vai desistir dos recursos que impetrou e que a representante legal, a advogada Rachel de Oliveira, pague outra multa de R$ 300 mil, ainda não se sabe por qual motivo. (Isso tudo porque até hoje o Congresso não quis criar leis para barrar os excessos das redes sociais). A plataforma informou na quinta-feira que cumpriu as determinações de Moraes para que o X fosse desbloqueado. Só que a guerra não acabou. E os que ansiavam por plantar fake news nas

Ri melhor quem ri por último

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  Sabemos que o bilionário Elon Musk acata decisões do governo da Turquia ou da Índia, para citar apenas dois exemplos, e que se comportou como adolescente mimado em relação à Corte brasileira. O que virou uma verdadeira queda de braço, porém, se inverteu radicalmente do lado de Musk. Para quem se dedicava a atacar o ministro Alexandre de Moraes, de repente ele passou a obedecer todas as suas ordens. Musk achou que ia abafar no Sete de Setembro. Não foi, porém, o que aconteceu. E bloqueou as contas pedidas para serem bloqueadas, nomeou a advogada Rachel de Oliveira Villa como sua representante legal no Brasil e quitou as multas. Não mais que de repente. Daí a desconfiança do ministro e do seu entorno. Ontem Musk entregou os documentos solicitados por Moraes para comprovar que atendeu seu adversário, de crista baixa, o que vai trazer o X  de volta ao Brasil a qualquer momento. Resta saber se o ministro lerá o calhamaço a tempo de desbloquear antes das eleições (para ajudar a emp

O orçamento secreto de Moro

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  Reproduzo aqui trechos da bombástica entrevista do juiz Eduardo Appio ao jornalista Leandro Demori na TV Brasil: “Navegando sozinho por instrumentos, já que os servidores da 13ª Vara de Curitiba sempre foram hostis e ainda muito leais a Moro e Dallagnol, consegui retirar o sigilo dos processos mais importantes, como o da conta bancária que acumulou R$ 5 bilhões de dinheiro da União. Era uma conta secreta, sigilo de Moro imposto desde 2016, com desde as multas pagas por partes, aos US$ 100 milhões devolvidos pelo Pedro Barusco ( ex-Gerente Executivo de Engenharia da Petrobras ) e os valores dos acordos de leniência, que de fato engordaram a conta, o que chamam de "Orçamento Secreto do Moro". Essa montanha de dinheiro estava parada, gerida por Moro e Gabriela Hardt, quando eles tinham o dever legal de enviá-lo aos cofres da União logo que os processos terminassem. Foi exatamente o oposto. Durante o trâmite desses processos eles liberaram paulatinamente valores bilioná

O convescote de ilicitudes

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  O decreto de prisão contra a cantor sertanejo Gustavo Lima envolve pérolas que os mais criativos roteiristas seriam incapazes de imaginar. Começamos pela viagem de aniversário à Ilha Mikonos, em setembro, no barco alugado por Lima por R$ 1 milhão. Curioso imaginar que o ministro bolsonarista do STF, Nunes Marques, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), não desconfiassem das cifras astronômicas, como o do champanhe de R$ 3,5 mil, o vinho de R$ 80 mil e do jatinho Gulfstream do cantor que os conduziu à Grécia. Quem seria capaz de dispensar uma mordomia dessas? Eles não foram, porém, pegou muito mal para ambos. Caiado se descartou como de uma batata quente da desconfortável presença de José André Neto, dono da casa de apostas Vai de Bet , e sua mulher e sócia, Aislla Sabrina Rocha, alvos de um mandado de prisão em 4 de setembro. “Imediatamente, ele e a esposa desceram e nós seguimos a viagem por mais quatro dias” — relatou   Caiado à colunista Bela Megale. O que importava

Império do Centrão

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Existem lados positivos na tentativa de cassar o mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ). Primeiro, a capacidade de reaglutinar a esquerda, sempre dividida. Era de arrepiar a gigantesca fila na Rua México na última quinta-feira aguardando o ato #Fica Glauber e #Fora Lira, na ABI. Segundo, a nítida visão de que Arthur Lira é um inimigo do povo, defensor de barbáries como a criminalização de meninas estupradas que fazem aborto e a privatização das praias. Houve, porém, um leitor que apontou: o Fora deve ser direcionado ao Centrão, pai das nossas mazelas. Outro leitor, por sinal, lembrou a semelhança entre Glauber e Brizola, o líder trabalhista que poderia ter mudado o país se chegasse à presidência com seu foco na Educação – agora herdado pela candidata à prefeitura de SP, Tabata Amaral. Isto posto, aos fatos. Segundo o Globo , os melhor posicionados nas próximas eleições pelos últimos levantamentos da Quaest são do PL e União Brasil, as estrelas do Centrão. O Republicanos e o PRTB vêm

Métodos 'expertos' de Pablo Lamarçal

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  Tenho evitado ao máximo falar de Pablo Lamarçal para não botar azeitona na empada dele. Involuntariamente. Porém, não resisti ao estudo do cientista político Pablo Ortellado. Como se sabe, a ação que corre na Justiça Eleitoral acusa o ex- coach de driblar a legislação usando recursos não declarados e fazendo impulsionamento ilícito nas mídias sociais, fora das regras legais. Ele  é acusado de usar recursos não declarados nas redes sociais com seus ‘cortes’. O golpe de gênio de Lamarçal é que ele mobilizava 5 mil pessoas para trabalhar para sua campanha e só premiava os dez que tivessem melhor desempenho.  Os que chegassem ao maior número de visualizações no TikTok , YouTube ou Instagram  ganhavam prêmios em dinheiro. Em um dos casos pesquisados por Ortellado e seu colega, o cientista de computação Marcio Moretto, Lamarçal criou um campeonato de 20 dias durante a pré-campanha e a campanha, entre os dias 30 de julho e 18 de agosto. E quem conseguisse o maior número de acessos

Appio revela abusos da Lava Jato

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  Tínhamos no Brasil uma Guantánamo (a sórdida base militar dos EUA que julgava acusados do 11 de Setembro) e não sabíamos. Quem revela é o juiz Eduardo Appio, ex-titular da 13ª Vara de Curitiba, onde os alvos da Lava Jato eram presos às quintas-feiras, isolados em celas fétidas e chamados cinco dias depois para fazerem delações premiadas. As cenas são descritas no livro, “Tudo por dinheiro: A ganância da Lava Jato segundo Eduardo Appio”, de Salvio Kotter, a ser lançado em 2 de outubro. Appio lembra que quando chegavam à carceragem da PF de Curitiba, “os presos eram jogados em uma cela imunda com um colchonete inundado em urina e pulgas”. O que também ocorreu  com avós presas na frente dos netos, “que não tinham nenhuma culpa, mas sabiam de detalhes”. Appio conta ainda o caso do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, que passou dias sem poder tomar banho e sofreu ameaças de processo contra sua filha. “Concedi um habeas corpus para ele em abril de 2014 e entrei para a l

Glauber sofre prisão arbitrária na UERJ

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  Enquanto o país ardia em chamas, os deputados discutiam anistia aos golpistas do 8 de janeiro. Ao contrário de seus pares, Glauber Braga, após o monumental ato de apoio contra sua cassação na quinta-feira, acabou preso ontem – junto a um jornalista e três alunos - por apoiar estudantes da UERJ que protestavam contra o corte de benefícios aos mais pobres. Parece mentira, mas é verdade. A prisão de um deputado federal, como ocorreu, é inconstitucional. Ele só poderia ser detido em flagrante por crime inafiançável. Ao fim, todos acabaram liberados nesta madrugada. Resultado: Glauber fica cada vez mais conhecido e torna-se mais absurda a tentativa da Câmara de cassá-lo. . O deputado tentava impedir a entrada da Tropa de Choque incumbida pela Justiça de acabar com a ocupação dos estudantes, iniciada em 26 de julho. Os policiais chegaram espirrando spray de pimenta. Segundo Sâmia Bonfim, mulher do parlamentar, eles estava bem, apesar da ardência nos olhos. “Assim funciona o autori

Glauber fica, fora Lira!!!

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  Ontem  à noite  teve jogo do Flamengo e teve Rock in Rio . E, quando saí do metrô Cinelândia para entrar na Rua México, pouco depois das 18h, me deparei com uma fila que ocupava um quarteirão inteiro no Centro. Ué, o teatro fica na rua seguinte. O que é isso?, pensei, até me dar conta de que a multidão que estava ali esperava pelo ato Glauber Fica, marcado na Associação Brasileira de Imprensa. Era tanta gente - jovens, com predomínio de cabeças brancas, umas mil pessoas - lá embaixo quando lá em cima, no nono andar, onde foi organizado o evento com presenças como a de Luiza Erundina, Sâmia Bonfim – mulher de Glauber -, Chico Alencar e Carlos Minc, entre tantos outros. Seria até melhor se fosse na Cinelândia... Assim como eu não esperava por aquilo, ninguém esperava. Estar ali não apenas representava uma causa fundamental para esse momento, como a crença de que a esquerda, meio mortinha, sim, ainda é   capaz de se mobilizar. Gritos a todo pulmão de  Glauber Fica se alternavam

A volta do café com leite

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  Sabemos que mesmo os políticos que não têm o hábito de disseminar fake news também mentem. Sem corar. É o que acredita o editor de política do Globo, Thiago Prado. Isso porque ele ouviu do presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, que há uma articulação pela chapa Tarcísio-Zema para 2026. O que ainda falta é convencer o bolsonarismo do poder de uma chapa café com leite, resgatando a fórmula da República Velha (1898-1930), quebrada quando o gaúcho Getúlio Vargas assumiu a presidência do país.  Para quem não se lembra, as chapas daquela época representavam o café dos paulistas e o leite dos mineiros. (No caso, seria um paulista falsificado, porque ele é carioca...) Ribeiro lembrou que em Minas Lula venceu por apenas 40.650 eleitores. "Fazer a virada em Minas com o apoio de Zema é garantir a vitória da direita", sustenta o presidente do Novo, respaldado pela desorganização da esquerda no país.  Um exemplo seria o que ele chama de “falta de apetite” de Rodrigo Pacheco em disp

A catástrofe está apenas começando

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Estava em São Paulo, início de agosto, quando recebi o sinistro vídeo de Silas Malacheia, dos deputados bolsonaristas Gustavo Gayer e Nikolas Ferreira convocando brasileiros a atearem fogo no Brasil. Nossa justiça é tão lerda que nem assim eles são punidos pelo incêndio que o país virou. Recentemente também circulou nas redes um antigo vídeo do Inelegível se gabando das medidas que tomaria para esvaziar o Ibama e o ICMBio e garantindo que os ‘xiitas ambientalistas’ não teriam vez em seu nefasto governo. Se eles realmente planejaram, imagino que seria impossível calcularem o tamanho do sucesso de suas respectivas empreitadas. Nem preciso repetir aqui que na semana passada São Paulo ostentava o pior ar do planeta. Os danos chegaram à mais rica capital do país. Imaginem o resto? O capitão agia para favorecer seus aliados do agro ogro, que não queria nenhuma restrição a seus projetos de invadir reservas dos povos originários, extrair ouro dos rios amazônicos e ocupar reservas naturai

Vítimas ou algozes?

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  O último fim de semana foi rico em cenas de violência contra candidatos, aqui e nos EUA. Assim como fez o militante do MBL que atacou a mãe do deputado Glauber Braga – morta um mês após o episódio -, Datena, adversário do PSDB, deu uma cadeirada em Pablo Lamaçal após ser chamado de estuprador pelo ex- coach  em debate eleitoral na TV Cultura. Ambos movidos por motivos bem diversos, contudo. Já nos EUA, Donald Trump enfrentou uma segunda tentativa de atentado contra ele no domingo por Ryan Wesley Routh, 58 anos, descrito como construtor autônomo de residências no Havaí, com farto histórico de detenções. Routh tentou entrar armado com um fuzil AK-47 no clube de golf onde estava Trump. Foi detido, porém, antes que chegasse às vias de fato. Já Lamaçal fez um estardalhaço nas redes com sua transferência para um hospital. Acabou recebendo alta ontem, com um diagnóstico médico aquém das expectativas da 'vítima': "Traumatismo na região do tórax à direita e um punho direi

Tentativa de golpe não foi invenção

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  Aos que se arvoram em lutar pela anistia ao Inelegível, aos que participaram da tentativa de golpe quando Lula assumiu a presidência e aos que simplesmente defendem essa tese, o jornalista Pedro Dória refresca a memória no Canal Meio com o que foi essa real tentativa de golpe. Após a posse do Democrata Joe Biden, o governo americano deu depoimentos públicos dizendo que não reconheceria um golpe militar no Brasil. O que foi fundamental. Claro que se Donald Trump tivesse sido eleito o quadro seria outro. Sabemos, com farta documentação, que o Inominável deu ordens para que três generais de Exército e um comandante da Marinha planejassem um golpe militar. Sempre que se fala nisso, bolsonaristas tentam dourar a pílula, “não tem provas”, “que golpe?”, “delírio”... Era golpe sim, tem provas, sim. O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, colocou suas tropas à disposição do ex-presidente. E quem fez a afirmação foi o ex-comandante da Aeronáutica, o tenente brigadeiro do ar Carlos B

Rumos do caminho de retrocessos

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  Quando cursava o clássico, no Colégio São Vicente, me estarreciam as propostas de Plínio Salgado (foto) e sua turma de integralistas. E não conseguia entender que alguém pudesse aderir ao lema Pátria, família e propriedade. Nem preciso dizer quem passou a repetir o lema como papagaio.  Os camisas verdes agora são verde e amarelos.  Pior, ele engana milhares de trouxas que passaram a segui-lo como gado. Falo do capitão insubordinado, que exerceu o mais medíocre mandato na Câmara Federal. Em 26 anos, de seus171 projetos – número de estelionato no Código Civil que não poderia ser mais cabalístico –, apenas dois foram aprovados. Trata-se do  esdrúxulo  personagem alçado pela extrema direita para representá-la. Entraram nessa conta, por exemplo, sua citação a Brilhante Ustra – um dos grandes torturadores da ditadura militar – em seu voto pelo impeachment de Dilma Roussef; seu plano de explodir o Guandu por melhores salários nos tempos de caserna e seu insistente gesto de arminha co

Pastores viram cabos eleitorais

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 , Quando vi Pablo Lamaçal afirmar que  “Nunca mais vou dar dízimo, nem a pau”, imaginei que os pastores evangélicos debandariam da sua candidatura. Não deu outra. A começar pela proibição de Silas Malacheia para que ele subisse no palanque do ato bolsonarista de Sete de Setembro. Em 11 de agosto, o bispo Amaury de Farias (foto) exaltou a gestão de Nunes ao pregar na Igreja Mundial do Poder de Deus: “As ruas estão tranquilas, tarifa zero em São Paulo, que benção. Parabéns à prefeitura. Governador Tarcísio de Freitas, aproveita o exemplo do prefeito Ricardo Nunes.” Quanto será que ele leva nessa? Já o fundador da denominação, Valdemiro Santiago, pediu, no mesmo culto, a “conservação” do prefeito que, segundo o líder, “aprecia a obra de Deus”. Aproveitou para demonizar um candidato, sem citar nomes, que estaria defendendo a legalização da maconha. Como lembra  O Globo , as igrejas evangélicas vivem o clima eleitoral. Pastores defendem candidatos que comunguem de valores e interes

Legítima defesa pode levar à cassação

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  Era o dia 16 de abril, quando o deputado Gabriel Braga (PSOL-RJ) expulsou da Câmara o militante Glauber Costenaro, do MBL. Conhecido por seu pavio curto, Braga não resistiu às provocações de Costenaro sobre o Alzheimer de sua mãe, que faleceu um mês após o episódio. O grupo foi parar na Polícia Legislativa, onde Braga também discutiu com Kim Kataguiri (UB-SP) e teve de ser contido pelos policiais.   “ É a quinta vez que esse sujeito me provoca. (...) Eles tentam me intimidar, (...) mas nós não vamos recuar para militante fascista. Não me arrependo de nada do que fiz!”, declarou Braga em vídeo. E começou assim a campanha do Partido Novo para cassar o mandato do combativo parlamentar, que iniciou sua vida política no PSB e é casado com a igualmente combativa Sâmia Bonfim (PSOL-SP).  Que, por sinal, perdeu o irmão médico que participava de um congresso no Rio, assassinado em outubro de 2023 por um miliciano que o confundiu com um inimigo. A mesma agressividade do deputado tem sido