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Mostrando postagens de agosto, 2024

Exército só investiga os bagrinhos

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  O Exército abriu inquérito para investigar quatro coronéis autores da carta que pressionava o comandante da Força para dar um golpe e impedir a posse de Lula. O texto foi encontrado no celular do ex-faz tudo, Mauro Cid. Louvável. Pergunta que não quer calar: o que acontece com os generais Braga Neto, contra quem abundam provas de ativa participação no golpe; Augusto Heleno, que tramou em seu cargo à frente do GSI e Paulo Sérgio Nogueira, comandante do Exército que sabotou a eficiência das urnas eletrônicas? Quanto aos peixes graúdos, silêncio sepulcral. Parece até que são figuras que nunca existiram... Em relação aos bagres, o Exército considera que a carta “é uma manifestação de cunho político, o que se caracteriza como transgressão disciplinar para os militares da ativa”. A investigação leva a crer que o documento foi produzido numa reunião em novembro de 2022, após o anúncio da vitória de Lula. São eles Alexandre Castilho Bitencourt da Silva e Anderson Lima de Moura (da

Confissão de Boçal pode torná-lo inelegível

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  Um juiz de primeira instância – se tiver coragem – já tem como tornar inelegível Pablo Boçal, que caminha para ser o candidato favorito da maioria dos paulistanos. O jornalista Pedro Dória prova isso por A + B, a partir da entrevista que o ex- coach deu à GloboNews na última segunda-feira. Isso porque  é vetado pela Lei da Inelegibilidade o uso de rec ursos de seus negócios na campanha. A lei, nº 64, foi sancionada por Collor em 18 de maio de 1990, e regulamentada no artigo 14, parágrafo 9 da Constituição. Sem perceber, ele confessou na entrevista que usou sua estrutura empresarial de influenciador digital, que lhe deu notoriedade, em favor de sua campanha eleitoral, através do trabalho das pessoas que constroem as redes sociais dele. Provavelmente por desconhecer os meandros da intrincada legislação, acessível apenas a especialistas. Boçal não foi censurado quando suas redes sociais foram tiradas do ar. “Ele teve a permissão de criar novos perfis, não foi banido das plataformas. Só

Ação no 8 de janeiro dá status a candidatos

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  Quando a gente acha que já viu de tudo, aparece mais essa. Agora, a participação nos atos golpistas – com ou sem prisão -, virou currículo para turbinar candidatos a cargos políticos. Segundo o Globo , ao menos nove envolvidos no 8 de janeiro de 2023 , inclusive  Fabiano da Silva,  candidato a prefeito de Itajaí, uma das principais cidades de – não por acaso – Santa Catarina, usa em sua propaganda política a foto da véspera da tentativa de golpe, com a legenda “rumo a Brasília”. Silva foi preso no 8 de janeiro e denunciado pela PGR por incitação ao crime e associação criminosa. Há um inquérito contra ele no STF que o incluiu entre os autores intelectuais da ação e por ter instigado a depredação da capital federal. Conteúdos sobre a intentona golpista são compartilhados por essa gente e até ilustram suas respectivas fotos de perfil. O número da urna, terminado em 801, é também outro vinculo com os atos golpistas. Claro que o partido com mais candidatos com este perfil é o PL d

A fórmula do sucesso

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  Meus leitores que me perdoem. Não dá para deixar de falar no Boçal (ao menos omitirei seu nome, para não render propaganda). A Agência Pública desvendou o modus operandi do delinquente - que criou caos na disputa eleitoral paulistana - e reproduzo aqui: 1 - Após suas 14 milhões de contas serem suspensas pela Justiça eleitoral, ele ganhou mais de 2,7 milhões de seguidores só em um dia. Junto a Ellon Musk, senta no trono do faroeste digital. Não tem ideias ou projetos. Ele é o produto. 2 – Milhares de jovens e adolescentes de classe baixa são sua base de apoio online , em busca de dinheiro fácil no mercado de trabalho que derrete. O entregador de moto está entre as melhores alternativas profissionais . 3 – Mistura games  com promessa de dinheiro fácil para 112 mil jovens  no aplicativo  Discord,  onde promove sua marca (seu nome), criando contas. Eles recebem vídeos do ‘criador’ para cortar (editar) trechos de q

Bolsonaristas tacam fogo no Brasil

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  Na semana de 15 de agosto circulou nas redes bolsonaristas um vídeo que começa com a imagem do pastor Malacheia e texto, sobre cores verde e amarelas: “Vai pegar fogo”.  Seis dias depois, em 21 de agosto, o pastor postou outro vídeo em pessoa junto a golpistas repetindo, ameaçadoramente, “Vai ser quente demais”. Em seguida aparecem imagens de imensas labaredas queimando árvores, com uma voz gritando: “vem, vem, vem!”. “Para que isso aconteça – prossegue o vídeo – nós precisamos da mobilização popular”, convida o deputado Gustavo Gayer (PL-GO)...”. A qualquer custo”, emenda outro deputado bolsonarista, Nikolas Ferreira (PL-MG). No dia seguinte o Brasil estava em chamas. Imagens de incêndios sob a locução: “assustador, olha o barulho...” E aparece a bolsonarista Julia Zanatta (PL-SC), dizendo: “Por isso que chamo todos vocês. Não podemos   nos curvar!” Surge então um noticiário mostrando a imagem de um motoqueiro passando lentamente numa área verde. Para a moto e joga algo no chã

Abalo sísmico no bolsonarismo

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  Os que me leem já recomendaram que eu pare de falar em Pablo Boçal, caricatura repugnante, porque é exatamente o que ele quer. Porém, não resisto a reproduzir aqui as conclusões chegadas pela Revista Fóru m: Maçal já mina o fenômeno do bolsonarismo. O corrói por dentro. Subtrai forças da maior liderança extremista surgida no Brasil nas últimas décadas. Se triunfar e conquistar proeminência política nacional, caso se torne prefeito de São Paulo, em um ou dois anos o bolsonarismo estará fragmentado e perderá seu atual poder. Foi arrastado ao passado. É algo que causa um alívio indescritível de onde menos se espera: da criatura. Contudo, não se sabe ainda o perigo que ele representaria ao preencher esse espaço.  De onde vêm as conclusões? Da última pesquisa Datafolha, que traz o ex- coach à frente de Ricardo Nunes – candidato do inelegível – e tecnicamente empatado com Guilherme Boulos, apoiado por Lula. Entre eleitores do capitão que deveriam votar em Nunes por ordem do líder,

Casal Obama alça Kamala às alturas

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  Todas as vezes em que comemorei aqui a chegada de Kamala Harris à corrida à Casa Branca pelos democratas, leitores lamentavam a ligação do partido com os militares e às guerras. Ou argumentavam que presidentes americanos só defendem seus interesses. Ok. Trump, porém, é a treva. Após a demora em apoiar a nova candidata, o casal Obama derramou-se em elogios à concorrente na convenção realizada pelo partido em Chicago. “Sim, ela pode”, sustentou o ex-presidente, respondido pos gritos entusiasmados " Yes, she can ", da plateia. Retomando a campanha de 2008 que alçou o então senador a primeiro presidente negro dos EUA, Obama – com seu dom de orador – lembrou que Kamala é a afirmação de "valores comungados por todos os americanos", como o trabalho duro, o respeito ao serviço público, a solidariedade e a decência. Se eleita, a candidata será a primeira mulher a governar o país. E mais: de origem negra e imigrante. Ao mesmo tempo, Obama descrevia Trump como alguém o

A baixaria vem a tona

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  O único consolo dessa ascensão de Pablo Marçal sobre seus concorrentes na disputa da prefeitura de São Paulo – que  nas pesquisas   já ultrapassou Ricardo Nunes e tem empate técnico com Guilherme Boulos – é a discórdia com o clã. Na última quinta-feira o inelegível, que já havia declarado apoio a Marçal para prefeito de SP, tirou o corpo fora. Talvez porque, tal qual um Frankenstein, percebeu que perdeu o controle sobre a criatura, que ameaça o seu trono na direita.  A virada deu-se quando o ex- coach comentou: "Pra cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós". Ao que o inelegível reagiu: "Nós? Um abraço". E, assim como Donald Trump virou notícia velha nos EUA após a indicação de Kamala Harris pelo partido Democrata, o método de mentir e de disseminar desinformação do ex-presidente ficou ultrapassado diante das técnicas mais modernas do goiano, com seus milhares de seguidores. E Marçal não recebeu bem o comentário do ex-aliado. Reagiu l

Senado ensaia mais nova barbárie

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  A Lei da Ficha Limpa nasceu em 2010 da iniciativa popular para combater a corrupção e afastar políticos que comprovadamente transgrediram normas brasileiras. É isso que um Senado punitivista – para os outros – quer destruir, com a aprovação, na última quarta-feira, de um projeto de lei. Conforme o advogado Márlon Reis, um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, tal projeto simplesmente enterra todas as conquistas feitas pela legislação. A ideia desses parlamentares muito bem pagos e cheios de mordomias é reduzir o prazo de inelegibilidade, para poderem continuar a errar sem punição. Embora o período de inelegibilidade continue ser de oito anos, ele só começa a ser contado a partir da condenação, e não mais após o cumprimento da pena, o que reduziria o período longe das urnas.  Segundo Reis, o projeto pode tornar  elegível o inelegível. Como sua inelegibilidade não incluiu a cassação de registro ou diploma - já que ele perdeu o pleito e não foi diplomado -, a nova redação permi

Agora, juras de transparência

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Durante o governo do inelegível engolimos o sapo do orçamento secreto e das emendas impositivas. Foi a gambiarra do ex-presidente para seguir sem ser impichado , enquanto nós, pobres pagadores de impostos, não tínhamos ideia do que se passava. Era um ensaio para impor um governo parlamentarista em pleno presidencialismo. Não fosse o Estadão botar a boca no mundo continuaríamos por fora. Junto à consciência tomada, porém, veio a indignação. Até que Lula assumiu e prometeu mudanças. As quais não teve força política para promover. Veio então ao nosso socorro o ministro Flávio Dino, que exerceu o papel de exterminador, sem dó nem piedade, daquele câncer. Claro que o Congresso reagiu irritado, com promessas de vingança, como a de ter a última palavra sobre divergências, o que constitucionalmente cabe ao STF. Na prática, o que acontecia é que parlamentares enviavam emendas pix – cuja origem, destino e finalidade eram desconhecidos – sobretudo para garantir suas respectivas reeleiçõe

Precaução ou cumplicidade?

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  De nada vai adiantar a PF botar lenha nas investigações da participação do inelegível nos atos golpistas – o inquérito com maior potencial de conduzi-lo à prisão. Conforme o Globo, a PGR só apresentará alguma conclusão após as eleições. Interlocutores de Paulo Gonet acreditam que ele não tomaria decisões de forte impacto político durante o agitado período eleitoral. Eles avaliam que o PGR se pauta pela cautela antes de se decidir. Sorte do capitão, que terá mais tempo para acelerar as articulações que possam levá-lo a uma anistia. A qual já circula à boca pequena... Ou seja, já não temos um Augusto Aras, que embarreirou qualquer reação jurídica ao claro golpismo do ex-presidente. No entanto, seu sucessor é uma vítima do excesso de zelo, tão conveniente a quem já poderia estar à beira da forca. Como se sabe, em julho a PF indiciou o capitão e outros 11 no inquérito das joias. Do qual o ex-presidente recorreu, por conta do Rolex que a AGU considerou pertencer a Lula – que, além

Método Pablo Marçal

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  Além de suas mentiras descaradas, Pablo Marçal ganhou um troféu na campanha à prefeitura de São Paulo: inseticida de políticos. Po r causa dele, c omo se sabe, Nunes, Boulos e Datena faltaram ao debate online promovido ontem pela Veja.   “A gente tá com um problema de masculinidade e virilidade nessa nação. Os homens, principalmente o que lidera (sic) a prefeitura, não teve (sic) coragem de vir”, provocou. E é desse jeito que Marçal cresce nas pesquisas. Dissemina fake news a rodo, faz as mais abusadas provocações, vira notícia em tudo o que é lugar e vai ficando famoso.  Eu mesma escorrego em sua casca de banana ao dedicar um post a essa farsa ambulante. Só que agora ele está em risco de se tornar inelegível, porque o MP atendeu a uma denúncia de Tábata Amaral, candidata a prefeita pelo PSB. Já corre um processo para cancelar a candidatura do coach . Marçal também andou fazendo mistério sobre algum dos candidatos ser usuário de cocaína, até que apontou para Guilherme Boulos, q

Sujeito oculto da crise com Moraes

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  Em meio ao ataque de abelhas ao inelegível num comício em Natal (RN) e ao anúncio do bispo Malacheia do ato na Av. Paulista no 7 de Setembro pelo impeachment de Alexandre de Moraes, Elon Musk acaba de anunciar a saída do X do Brasil. O que tudo isso tem em comum? O ataque de abelhas não foi ordenado por Moraes – é possível até que ele mandasse se tivesse esse poder...(rs) -, porém, nos dois outros eventos, o ministro do STF é o protagonista absoluto. Porque continua representando a principal ameaça de mandar o mi(n)to para atrás das grades. Já o pastor evangélico mantém-se firme em sua pregação que parece ter dois objetivos: apertar os laços com o ex-presidente e provocar sua prisão, para virar “mártir do evangelho”. Quanto a Musk, ele atribui a saída do X do Brasil “exclusivamente a Alexandre de Moraes”. E para o país, o que significa a iniciativa do bilionário? Conforme a advogada Larissa Pigão, especialista em Direito Digital e na Lei Geral de Proteção de Dados, ouvida

Passo a passo do caos democrático

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  A última tentativa de crise criada pela extrema direita, com os ataques ao ministro Alexandre de Moraes, nada mais seria do que a continuidade da guerra declarada entre os brasileiros, que começaram a rachar após as manifestações de 2013. É o jornalista Pedro Dória quem descreve, no Meio (com pitacos meus), a sequência de fissuras da nossa democracia. 1 - O Legislativo assumiu o poder de executar o orçamento, também criado por ele. Função que deveria caber ao Executivo, como executor do orçamento (daí o nome), o que abala a lógica de independência entre os três poderes. O Executivo perde capacidade de ação, de planejar, enquanto o Congresso se livra do ônus dos gastos mal feitos. 2 - O Poder Judiciário se politiza. Decide quem investigará, como investigará e orienta a investigação para depois julgar. Ministros são indicados pelo presidente, que forma seu time. 3 – Ações pós 2013 que deterioraram a democracia: Mentiras do PT contra Marina Silva em 2014, tentativa de Aécio Neve

Avança o lobby das armas

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  A perpetuação de guerras – como a da Ucrânia e de Israel contra o Hamas – é a festa da indústria bélica, que produz a todo o vapor. O estímulo dado pelo inelegível à liberação de armas no país - pelo qual ele deve ter levado muita grana -, vinha da vitória do lobby das armas. Em seu primeiro ano de governo, porém, Lula deu um basta a essa festa, com o revogaço de decretos e portarias que liberavam geral o acesso às armas.   Flávio Dino, então ministro da Justiça, apresentou outro conjunto de medidas. Tudo isso gerou uma queda de 82% em novos cadastros de armas dos ‘cidadãos de bem”. Conforme a jornalista Flávia Oliveira, as 114.044 armas em circulação em 2022 caíram a 20.822 em 2023. Essa semana, contudo, a CCJ do Senado aprovou um decreto que começa a minar as medidas  que anulam parte do que foi assinado por Lula no Decreto 11.615/2023, resultado de debates entre a PF, Exército, MP, organizações de segurança pública, parlamentares e CACs. É o que Flávia chama de “esteliona